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Coreia do Norte explode escritório de relações com Coreia do Sul

16 jun 2020 - 10h34
(atualizado às 10h37)
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A Coreia do Norte explodiu um escritório criado para fomentar uma relação melhor com a Coreia do Sul na cidade fronteiriça de Kaesong nesta terça-feira, depois de ameaçar agir se desertores norte-coreanos forem adiante com uma campanha para enviar panfletos de propaganda ao seu território.

Fumaça é vista na área externa do complexo industrial de Kaesong
16/06/2020
Yonhap via REUTERS
Fumaça é vista na área externa do complexo industrial de Kaesong 16/06/2020 Yonhap via REUTERS
Foto: Reuters

A agência de notícias estatal norte-coreana KCNA disse que o local, que estava fechado desde janeiro devido ao temor do novo coronavírus, foi "tragicamente arruinado por uma explosão terrível".

Vídeos de vigilância em preto e branco divulgados pelo Ministério da Defesa da Coreia do Sul mostraram uma grande explosão que pareceu derrubar a estrutura de quatro andares. A detonação também pareceu causar o desmoronamento parcial de um arranha-céu vizinho de 15 andares que servia como instalação residencial de autoridades sul-coreanas que trabalhavam no prédio que servia de sede para fomentar relação entre as Coreias.

Enquanto operou, o escritório funcionou na prática como uma embaixada para os antigos rivais, e sua destruição representa um grande revés para os esforços do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, de levar seu vizinho do norte a cooperar.

O Conselho de Segurança Nacional da Coreia do Sul convocou uma reunião de emergência nesta terça-feira e disse que seu país reagirá severamente se a Coreia do Norte continuar a elevar as tensões.

A destruição do escritório "acabou com as expectativas de todas as pessoas que esperam o desenvolvimento de relações intercoreanas e a paz duradoura na península", disse o vice-conselheiro de Segurança Nacional, Kim You-geun, em uma coletiva de imprensa.

"Estamos deixando claro que o Norte é inteiramente responsável por todas as consequências que isto possa causar", disse.

A tensão vem aumentando nos últimos dias. Pyongyang está ameaçando cortar as relações com a Coreia do Sul e retaliar por causa dos panfletos de propaganda, que têm mensagens críticas ao líder norte-coreano, Kim Jong Un, inclusive a respeito dos direitos humanos.

A KCNA disse que o escritório foi explodido para forçar "a escória humana, e aqueles que abrigaram a escória, a pagar caro por seus crimes". A Coreia do Norte se refere a desertores como "escória humana".

Uma fonte militar sul-coreana disse à Reuters que surgiram sinais de que a Coreia do Norte estava levando a cabo a demolição no início do dia, e autoridades militares sul-coreanas assistiram imagens de vigilância ao vivo enquanto o edifício era demolido.

No sábado, a mídia estatal norte-coreana noticiou que Kim Yo Jong, irmã do líder da nação que serviu como autoridade graduada do governista Partido dos Trabalhadores, ordenou o departamento a cargo de assuntos intercoreanos a "realizar a próxima ação decididamente".

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