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Coreia do Norte e Estados Unidos discutem sobre acordo nuclear em fórum de Cingapura

5 ago 2018 - 00h19
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A Coreia do Norte e os Estados Unidos discutiram neste sábado a respeito do acordo estabelecido em junho para que o país asiático encerre seu programa nuclear, conforme Washington pediu para manter a pressão de sanções contra Pyongyang, que por sua vez disse estar preocupada com as intenções norte-americanas.

Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, e Ri Yong Ho, ministro de Relações Exteriores da Coreia do Norte, se cumprimentam em fórum em Cingapura. 04/08/2018. REUTERS/Edgar Su
Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, e Ri Yong Ho, ministro de Relações Exteriores da Coreia do Norte, se cumprimentam em fórum em Cingapura. 04/08/2018. REUTERS/Edgar Su
Foto: Reuters

A discórdia em um fórum regional em Cingapura foi a mais recente lembrança das dificuldades que há muito prejudicam os esforços para negociar o fim dos programas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte, apesar dos compromissos assumidos em uma cúpula sem precedentes entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano Kim Jong Un há menos de dois meses na cidade.

"A República Democrática Popular da Coreia continua firme em sua determinação e comprometimento para implementar o acordo conjunto entre EUA e Coreia do Norte de uma maneira responsável e em boa fé", disse Ri Yong Ho, o ministro de Relações Exteriores norte-coreano, se referindo a seu país por seu nome oficial.

"O que é preocupante, entretanto, são as medidas insistentes tomadas nos Estados Unidos para voltar ao antigo, ao velho, longe da intenção de seu líder."

Ri fez a declaração após o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, deixar o centro de conferências da Indonésia, onde pressionou as nações do Sudeste Asiático a manterem as sanções contra a Coreia do Norte até que o país desista de um programa de armas nucleares que ameaça os Estados Unidos.

Na cúpula de 12 de junho, Kim, que busca alívio das duras sanções, se comprometeu a trabalhar para a desnuclearização, mas a Coreia do Norte não ofereceu detalhes sobre como isso poderia acontecer.

Pompeo sugeriu na sexta-feira que o trabalho continuado em programas de armas pela Coreia do Norte foi inconsistente com o comprometimento de Kim. Neste sábado, no entanto, ele afirmou estar otimista com a desnuclearização norte-coreana, embora "demorasse algum tempo" para acontecer.

De acordo com Ri, a Coreia do Norte tem feito gestos de boa vontade, incluindo uma moratória em testes nucleares e lançamentos de foguetes, além do desmantelamento de um campo de testes nucleares.

"No entanto, os Estados Unidos, em vez de responder a essas medidas, estão elevando o tom para manter as sanções contra a RDPC e demonstrando que devem recuar até mesmo na declaração de fim da guerra, um passo básico e fundamental para a paz na península coreana", disse.

AVISO PARA MOSCOU

"Quero lembrar a todas as nações que apoiaram essas resoluções, que esta é uma questão séria e algo que discutiremos com Moscou", disse ele. "Esperamos que os russos e todos os países respeitem as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e apliquem sanções à Coreia do Norte."

A Rússia negou reportagem do Wall Street Journal que acusa Moscou permitir a entrada de milhares de novos trabalhadores norte-coreanos no país e concedendo-lhes permissões de trabalho em uma potencial violação das sanções da ONU.

O embaixador da Rússia na Coreia do Norte também negou que Moscou esteja desrespeitando as restrições da ONU ao fornecimento de petróleo à Coreia do Norte.

De acordo com um relatório confidencial da ONU, ao qual a Reuters teve acesso na sexta-feira, a Coreia do Norte não impediu que programas nucleares e de mísseis viessem a violar as sanções das Nações Unidas.

Embora Pompeo tenha liderado os esforços de negociação dos EUA com a Coreia do Norte, ele não teve nenhum encontro formal com Ri em Cingapura. No entanto, em uma sessão de fotos neste sábado, ele caminhou até o norte-coreano e apertou as mãos e trocou palavras e sorrisos.

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