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Mundo

Conte diz que Salvini tem 'inveja' de acordo migratório

Itália e 3 países fecharam pacto de repartição de migrantes

24 set 2019 - 13h47
(atualizado às 14h03)
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O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, afirmou nesta terça-feira (24) que seu ex-aliado Matteo Salvini, líder da extrema direita no país, está com "ciúmes" por causa do acordo preliminar com Malta, Alemanha e França para redistribuir migrantes forçados que chegam à União Europeia pelo Mediterrâneo.

Giuseppe Conte e Matteo Salvini durante sessão no Senado, em 20 de agosto
Giuseppe Conte e Matteo Salvini durante sessão no Senado, em 20 de agosto
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O pacto foi acertado na última segunda (23), em uma reunião de ministros do Interior em Valeta, capital maltesa, e será levado aos outros Estados-membros da UE no início de outubro. A adesão será voluntária, mas aqueles que aceitarem serão obrigados a receber migrantes que desembarcarem na Itália ou em Malta.

"Salvini não deve ter ciúmes e inveja. Demos um passo histórico, que não havia acontecido antes. Se defendemos os interesses italianos, é preciso olhar para o resultado, não para quem o alcançou", declarou Conte, que está em Nova York para a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).

Horas antes, Salvini havia dito que o acordo de Malta é a "enésima promessa da Europa" e acusado o primeiro-ministro de "abrir os portos" italianos com base apenas na palavra da UE.

Alemanha e França já acolhem milhares de solicitantes de refúgio que entraram no bloco por meio da Itália e sempre defenderam um mecanismo permanente de redistribuição, ideia que é rejeitada por países do leste europeu, como a Hungria de Viktor Orbán, aliado de Salvini.

O acordo

O principal pilar do acordo fechado nesta segunda é a redistribuição de todos os migrantes forçados que chegam à União Europeia pelo Mediterrâneo, independentemente de já terem obtido refúgio ou não dentro do bloco.

Ou seja, todas as pessoas resgatadas no mar - com exceção dos desembarques autônomos - serão redistribuídas entre os países europeus antes mesmo de entrar com pedido de refúgio. Caso a solicitação seja negada, a repatriação ficará a cargo do Estado-membro de acolhimento.

O acordo também estabelece um prazo máximo de quatro semanas para a redistribuição, que será compulsória e com cotas pré-definidas, mas apenas entre os países que aderirem ao pacto.

Os membros do grupo Visegrád (Eslováquia, Hungria, Polônia e República Tcheca), por exemplo, são contra qualquer tipo de mecanismo de repartição de solicitantes de refúgio. Além disso, o acordo estabelece um mecanismo de "rotação voluntária dos portos" de desembarque.

Ansa - Brasil   
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