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Mundo

Confrontos na Nicarágua deixam 10 mortos em várias cidades

Porta-voz da Conferência Episcopal foi atacado por governistas

16 jul 2018 - 18h45
(atualizado às 18h48)
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A Associação Nicaraguense Pró-Direitos Humanos (ANPDH) confirmou a morte de 10 pessoas no último domingo (15), durante confrontos entre forças pró-governo e de oposição. Entre as vítimas, seis são civis e quatro são membros do Batalhão de Choque. As informações são do portal local "100% Noticias".

Manifestantes protestam contra Daniel Ortega na Nicarágua
Manifestantes protestam contra Daniel Ortega na Nicarágua
Foto: EPA / Ansa - Brasil

De acordo com o secretário executivo da entidade, Álvaro Leiva Sánchez, as vítimas foram registradas em Catarina (duas), Diriá (duas) e Masaya, onde morreram dois civis e quatro policiais.

"Eu faço um apelo à Conferência Episcopal, ao escritório do Alto Comissariado de Direitos Humanos, à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos e a todos os demais órgãos do setor que se atentem à situação das localidades de Monimbó e Masaya, que estão sob ataque de forças que usam armas de alto calibre contra os cidadãos", disse Sánchez.

Ataque à Igreja Católica

O jornal nicaraguense "Nuovo Diario" relata que uma multidão de manifestantes pró-governo atacou a tiros o veículo em que o monsenhor Abelardo Mata, bispo da Diocese de Estelí e porta-voz da Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN), viajava.

Segundo o jornal, Mata foi interceptado por um grupo de pessoas que danificaram seu veículo enquanto gritavam palavras como "assassino", "golpista" e "criminoso". O religioso, segundo testemunhas, conseguiu fugir e suas condições físicas são boas.

O bispo é um dos mediadores da CEN no diálogo entre o governo do presidente Daniel Ortega e o grupo Aliança Cívica pela Justiça e Democracia para solucionar um conflito que já registra ao menos 351 mortos.

Os confrontos na Nicarágua começaram por causa de uma reforma previdenciária do governo Ortega, que comanda o país desde 2007, mas continuaram após o presidente desistir do projeto e agora criticam sobretudo o regime opressivo do líder sandinista.

O diálogo de paz, mediado pela Igreja, já foi interrompido diversas vezes por causa da violência contra manifestantes. 

Ansa - Brasil   
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