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Com problema de obesidade, Nova Orleans tem letalidade do coronavírus 7 vezes maior que Nova York

2 abr 2020 - 12h51
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O coronavírus se tornou uma ameaça muito mais grave em Nova Orleans do que no restante dos Estados Unidos, tendo um índice de letalidade per capita bastante superior ao da cidade de Nova York.

Bares e restaurantes fechados em Nova Orleans
25/03/2020
REUTERS/Jonathan Bachma
Bares e restaurantes fechados em Nova Orleans 25/03/2020 REUTERS/Jonathan Bachma
Foto: Reuters

Médicos, autoridades de saúde pública e dados disponíveis mostram que os altos níveis de obesidade e de doenças relacionadas com o sobrepeso na cidade podem ser parte do problema.

"Somos simplesmente mais doentes", disse Rebekah Gee, que até janeiro era secretária de Saúde da Louisiana, onde fica Nova Orleans, e hoje comanda o serviço de saúde da Universidade Estadual da Louisiana. "Já tínhamos disparidades tremendas no serviço de saúde antes desta pandemia -- só se pode imaginar que elas estejam sendo amplificadas agora".

Assim como Nova York e Seattle, Nova Orleans emergiu como um dos primeiros focos do coronavírus no país, o que a transformou em um estudo de caso nacional sobre como controlar e tratar a doença.

Uma das maiores preocupações dos médicos que trabalham na cidade é o índice de letalidade, que é sete vezes maior do que o de Nova York e dez vezes o de Seattle, com base em dados divulgados publicamente.

Os moradores de Nova Orleans sofrem de obesidade, diabetes e hipertensão em taxas mais elevadas do que a média nacional. Segundo médicos e autoridades de saúde pública, isso pode tornar os pacientes mais vulneráveis à Covid-19, a doença respiratória altamente contagiosa causada pelo coronavírus.

Cerca de 97% das vítimas fatais da Covid-19 na Louisiana tinham um problema de saúde anterior, de acordo com o departamento estadual de saúde. A diabetes foi vista em 40% das mortes, a obesidade em 25%, a doença renal crônica em 23% e problemas cardíacos em 21%.

Nova Orleans, que até agora relatou mais de 270 mortes do coronavírus, pode ser um indício do fardo que a pandemia pode se tornar em outras partes do Sul e do Meio-Oeste dos EUA, que também têm taxas altas de obesidade, diabetes e hipertensão.

Uma série de outros fatores pode contribuir para o índice de letalidade do coronavírus elevado da cidade, que vão do acesso ao serviço de saúde e à qualidade dos hospitais à prevalência de outras enfermidades, como doença pulmonar, disseram autoridades de saúde.

Mas elas também acrescentam que está claro que problemas ligados à obesidade estão desempenhando um papel nas mortes -- o que pode ser um alerta para os EUA como um todo, onde a obesidade crônica é mais comum do que em outros países desenvolvidos, disseram.

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