Cinco coisas que você não sabia sobre Bashar al-Assad Odiado e adorado por seu povo, ele se formou em Medicina, se tornou presidente por causa da morte do irmão mais velho e já foi considerado suspeito de assassinato. 1 De médico a monstro Bashar al-Assad foi uma criança quieta e reservada. Estudou em escolas bilíngues junto de cidadãos da elite, onde aprendeu a falar inglês e francês fluentemente. Se formou em medicina pela Universidade de Damasco, em 1988. Se especializou em oftalmologia e chegou a trabalhar no Western Eye Hospital, em Londres, em 1992. Quando criança, teve uma relação fria com o pai. Hafez era frio e não costuma elogiar os filhos. Comandava sua casa como seu país, exigindo total lealdade e não tolerando queixas. Assad costumava ser intimidado e agredido pelo irmão mais velho, Basil, mas tal comportamento, segundo ex-assessores da família, não era condenado pelos familiares. 2 Tragédia e destino Bashar nunca teve intenção de seguir carreira política. Seu pai sempre preparou seu irmão mais velho, Basil al-Assad, para sucedê-lo na presidência da Síria, mas a morte de Basil em um acidente de carro, em 1994, fez de Bashar o herdeiro político da família. Logo, ele se tornou general do Estado Maior e chefe supremo das Forças Armadas. Poucos dias após a morte de seu pai, Hafez al-Assad, o Parlamento votou uma medida reduzindo de 40 para 34 anos a idade mínima para candidatos à presidência, o que tornou Bashar al-Assad, que tinha exatamente 34, elegível. Assim, em 10 de julho de 2000, ele foi eleito para um mandato de sete anos como presidente da Síria. Na mesma ocasião, se tornou líder do Partido Baath (único partido do regime) e comandante do Exército. Muito bem educado e influenciado pelo estilo de vida ocidental e urbano, Assad simbolizava mudança em um país, até então, dominado por ditadores. O novo presidente fez crer que seria um líder totalmente diferente de seu pai, ao prometer realizar uma reforma para acabar com a corrupção no governo e estabelecer maior liberdade de expressão. 3 Filho de ditador de escola soviética Hafez al-Assad, o pai de Bashar, governou a Síria com mãos de ferro por 29 anos (1971 a 2000). Hafez estudou na academia militar e completou a formação com militares soviéticos. Aproveitando a posição de chefe das Forças Aéreas, para a qual foi designado em 1964, Hafez deu um golpe de Estado em 1970. Ao lado do Egito, provocou a guerra de Yom Kipur contra Israel, em 1973, e se tornou grande aliado da então URSS após a derrota. Em 1976, ocupou o Líbano sob o discurso de que estabeleceria uma força de pacificação no país. Quando assumiu a presidência, a Síria já estava devastada por 25 anos de ditadura. Ele fez do Baath o principal partido e o único com real autoridade no país. Na década de 1980, Hafez sofreu uma tentativa de assassinato, encomendada pela Irmandade Muçulmana – antigo rival do Partido Baath. Como vingança e para esmagar a revolta da Irmandade, ordenou que seus homens espalhassem o terror, com torturas, execuções e ataques em massa. Em cerca de três semanas, dezenas de milhares de pessoas morreram, a maioria civis. 4 Esposa glamurosa, fria e extravagante Bashar al-Assad se casou com Asma al-Assad em dezembro de 2000. Com ela teve três filhos: Hafez (mesmo nome de seu pai), Karim e Zein. A primeira-dama da Síria nasceu em Londres e completou os estudos no Reino Unido. Desenvolveu sua carreira em bancos de investimento, após se formar na King's College, de Londres, em Ciência da Computação e literatura francesa. Mundialmente conhecida por suas extravagâncias, Asma já chegou a gastar fortunas na compra de cristais importados de Praga, mobílias da loja londrina King's Road, sapatos com saltos revestidos de cristal da marca Christian Louboutin, e vestidos da Chanel. Obras de arte e joias parisienses também estão na lista de seus itens favoritos. Ela sempre dá um jeito de contornar as sanções internacionais impostas à Síria para fazer suas compras, que inclui aplicativos e músicas do iTunes. Asma já chegou a ser descrita por ex-assessores da família Assad como uma mulher sem coração, obcecada pela beleza, e que não se importa com mais nada além de viver uma vida regada a muito luxo. 5 A misteriosa morte do premiê libanês Por conta da tensa relação com o Líbano, Bashar al-Assad chegou a ser vinculado à morte do ex-primeiro ministro libanês Rafik Hariri, em 14 de fevereiro de 2005. Quando o assassinato ocorreu, as relações entre Hariri e o governo de Damasco estavam tensas, pelo desejo do primeiro-ministro de que as tropas sírias saíssem do Líbano. Um mês antes de se demitir, Hariri apoiou uma resolução da ONU que reforçava esse desejo. A Comissão de inquérito da ONU chegou a demonstrar interesse em interrogar o presidente sírio depois que o ex-vice-presidente sírio, Abdel Halim Khaddam, afirmou, em entrevista, que Assad havia proferido ameaças contra Rafik. Nos dois primeiros relatórios, o órgão concluiu que sírios e libaneses estavam envolvidos no atentado que matou Hariri. Uma bomba atingiu o comboio do primeiro-ministro durante uma viagem a Beirute. Depois do atentado, milhares de libaneses protestaram contra a presença de tropas sírias no Líbano e exigiram a retirada. Em 2007, o filho de Rafik, Saad Hariri, contou a revista Time que o regime sírio havia matado seu pai e que Bashar al-Assad teria dado a ordem para “que seus capangas executassem o serviço”. O Tribunal de Haia acabou julgando membros do grupo terrorista Hezbolahh pelo assassinato de Hafik. Em 2009, Saad Hariri viajou para Damasco para restabelecer a paz com o homem que havia apontado como responsável pela morte de seu pai. mais especiais de notícias