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China e EUA concordam em reiniciar discussões comerciais

29 jun 2019 - 12h39
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Os Estados Unidos e a China concordaram, neste sábado, em reiniciar discussões comerciais, com os EUA suspendendo novas tarifas sobre exportações chinesas, em um sinal de pausa nas hostilidades comerciais entre as duas maiores economias do mundo. 

Ao comentar sobre uma longa disputa sobre a empresa de tecnologia chinesa Huawei, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que companhias norte-americanas receberiam permissão para vender componentes à maior fabricante de peças de telecomunicações do mundo, quando não houvesse problemas de segurança nacional. 

A trégua ofereceu alívio a um impasse comercial de quase um ano, no qual os dois países impuseram tarifas em bilhões de dólares sobre importações um do outro, atrapalhando cadeias globais de fornecimento, agitando os mercados e prejudicando o crescimento global. 

"Estamos de volta aos trilhos e vamos ver o que acontece", disse Trump a repórteres, depois de uma reunião de 80 minutos com o presidente chinês, Xi Jinping, durante a cúpula dos líderes do G20 em Osaka, oeste do Japão. 

Trump disse que, embora não suspenderia tarifas de importação existentes, ele evitaria impor novas cobranças em 300 bilhões de dólares de bens chineses adicionais -- o que teria efetivamente estendido tarifas a tudo que a China exporta para os EUA. 

"Estamos segurando as tarifas e eles comprarão produtos agrícolas", disse, em uma entrevista coletiva, sem dar detalhes sobre compras futuras de produtos agrícolas pela China. 

"Se chegarmos a um acordo, será um evento muito histórico". 

Trump não estabeleceu um cronograma para o que chamou de acordo complexo, mas disse que não estava com pressa. "Quero fazer direito", afirmou.

HUAWEI

Sobre a Huawei, Trump afirmou que o Departamento de Comércio dos EUA iria se reunir nos próximos dias para discutir a retirada da empresa de uma lista de companhias proibidas de comprar componentes e tecnologias de empresas norte-americanas.

A China gostou da medida. 

"Se os EUA fizerem o que dizem, então, claro, é bem-vindo", disse Wang Xiaolong, enviado do ministério de Relações Exteriores da China para assuntos do G20. 

Fabricantes de microchips norte-americanos também aplaudiram. 

"Estamos animados que as conversas estão começando novamente e que novas tarifas estão suspensas e estamos ansiosos por mais detalhes sobre os comentários do presidente sobre a Huawei", disse, em comunicado, o presidente da Associação de Semicondutores dos EUA. 

A Huawei está sob escrutínio há mais de um ano devido a alegações dos EUA de que componentes em seus roteadores e outras peças permitiriam que a China espiasse as comunicações norte-americanas. 

Embora a empresa tenha negado que seus produtos sejam uma ameaça de segurança, os EUA pressionaram seus aliados a evitar a Huawei em suas redes de quinta geração, ou 5G, e também sugeriram que isso poderia ser um fator em um acordo comercial. 

Em um longo comunicado sobre discussões bilaterais, o ministério de Relações Exteriores da China creditou a Xi uma manifestação de esperança de que os EUA poderiam tratar as empresas chinesas com justiça. 

Em assuntos de soberania e respeito, a China precisa resguardar seus interesses centrais, disse Xi, segundo o comunicado. 

"A China é sincera sobre continuar a negociar com os Estados Unidos, mas negociações precisam ser em pé de igualdade e mostrar respeito mútuo", disse Xi, segundo o ministério.

Trump havia ameaçado estender tarifas existentes a quase todas as importações chinesas para os EUA se a reunião não trouxesse progresso em várias demandas norte-americanas.

Agora, os mercados financeiros devem respirar aliviados com a retomada das discussões entre EUA e China. 

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