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China critica "ações erradas" dos EUA, com restrições à Huawei atingindo cadeias de fornecimento

23 mai 2019 - 09h23
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A China disse que os Estados Unidos precisam corrigir suas "ações erradas" para que as negociações continuem após as restrições à Huawei, um movimento que abalou as cadeias globais de fornecimento e prejudicou as ações de tecnologia com investidores temendo uma iminente guerra fria tecnológica.

Estande da Huawei em exposição de empresas de tecnologia em Guizhou, na China
22/05/2019
REUTERS/Stringer
Estande da Huawei em exposição de empresas de tecnologia em Guizhou, na China 22/05/2019 REUTERS/Stringer
Foto: Reuters

O conglomerado japonês Panasonic se juntou à lista crescente de empresas que disseram que estão rompendo seus laços com a Huawei Technologies [HTW.UL], que é a segunda maior vendedora mundial de smartphones, afirmando ter interrompido os embarques de alguns componentes.

A decisão foi tomada um dia depois que a ARM, fabricante britânica de chips, disse que suspendeu as relações com a Huawei para cumprir o bloqueio de fornecimento dos EUA, o que pode prejudicar a capacidade da empresa chinesa de fabricar novos chips para smartphones. A Huawei usa blueprints ARM para projetar os processadores que alimentam seus smartphones.

"Se os Estados Unidos quiserem continuar as negociações comerciais, devem mostrar sinceridade e corrigir suas ações erradas. As negociações só podem continuar com base na igualdade e no respeito mútuo", disse o porta-voz do Ministério do Comércio da China, Gao Feng.

"Vamos acompanhar de perto os desenvolvimentos relevantes e preparar as respostas necessárias", disse ele, sem dar mais detalhes.

Os Estados Unidos acusaram a Huawei de trabalhar para o governo chinês em atividades contrárias à segurança nacional, acusações negadas pela Huawei. O governo Trump suavizou ligeiramente seu posicionamento nesta semana ao conceder à empresa uma licença para comprar produtos norte-americanos até o dia 19 de agosto para minimizar a interrupção aos clientes.

A japonesa Toshiba disse que retomou algumas remessas para a Huawei depois de suspender temporariamente os embarques para verificar se eles incluíam componentes fabricados nos Estados Unidos.

"O que estamos testemunhando é uma potencial reconfiguração do comércio global como tem sido desde a Segunda Guerra Mundial ... os investidores devem começar a pensar em quão sensíveis seus portfólios são aos choques expostos à cadeia de suprimento global", disse Peter Garnry, chefe de estratégia de ações do Saxo bank, em uma nota intitulada "Você está pronto para uma guerra fria tecnlógica?"

O fundador da Huawei, Ren Zhengfei, disse à revista financeira chinesa Caixin na quinta-feira que não vê impacto sobre a empresa da decisão da ARM de suspender os negócios com a Huawei.

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