Chefs travam 'guerra' por restaurante da Torre Eiffel
Alain Ducasse não quer perder controle do Jules Verne
Três dos chefs mais estrelados da França prometem deflagrar uma batalha jurídica pelo direito de ficar com o "Jules Verne", o prestigioso restaurante do segundo andar da Torre Eiffel, em Paris.
De um lado, está o monegasco Alain Ducasse, o mais premiado cozinheiro do país e que comanda os fogões do Jules Verne há 10 anos; do outro, a dupla Thierry Marx e Frédéric Anton, escolhidos para assumir o restaurante por uma década a partir de 1º de setembro.
Os novos chefs foram escolhidos por meio de uma licitação feita pelo grupo Sete (Sociedade de Exploração da Torre Eiffel), que administra o monumento, mas Ducasse diz que o processo está "viciado" e, segundo o jornal Le Parisien, acionará a Prefeitura para anular o resultado da disputa.
Além do Jules Verne, o monegasco terá de abandonar o "58", que fica no primeiro andar da torre e é mais acessível que o irmão do plano superior. O argumento de Ducasse é que a licitação foi gerida pela empresa Nova Consulting, que, no passado, prestara consultoria estratégica à Sodexo, companhia de Marx e Anton.
"O processo foi totalmente privado de imparcialidade, uma vez que as pontuações atribuídas foram sistematicamente favoráveis ao concorrente", diz a defesa do monegasco. Além disso, os advogados alegam que Ducasse havia proposto pagar 15,2 milhões de euros à Sete, enquanto a oferta da dupla vencedora é de 14 milhões.
A decisão de anular ou não a licitação caberá à Prefeitura de Paris, que tem um mês para se posicionar. Ainda assim, o caso pode parar nos tribunais. A Sete se limitou a dizer que o procedimento para conceder a gestão dos restaurantes ainda está em curso e que a Nova Consulting também prestou serviços à empresa de Ducasse.