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Chefe de direitos humanos da ONU diz que polarização pode agravar pandemia no Brasil e outros países

30 jun 2020 - 13h03
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A alta comissária de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, manifestou nesta terça-feira a preocupação de que a polarização e declarações que neguem a realidade da pandemia de Covid-19 possam agravar a situação provocada pela doença respiratória causada pelo coronavírus no Brasil e em outros países.

Alta comissária de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet
30/06/2020
REUTERS/Denis Balibouse
Alta comissária de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet 30/06/2020 REUTERS/Denis Balibouse
Foto: Reuters

Em discurso durante sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre a situação dos direitos humanos no mundo e os impactos da pandemia, Bachelet também expressou preocupação com a situação dos povos indígenas diante do contágio.

"É vital que os líderes mantenham comunicação consistente, crível e baseada em fatos com as pessoas às quais servem", disse Bachelet no discurso, antes de elogiar a resposta e abordagem da Coreia do Sul à pandemia e de manifestar preocupação com a situação no Brasil e em outros países, como os Estados Unidos.

"Em contraste, em Belarus, Brasil, Burundi, Nicarágua, Tanzânia e Estados Unidos --entre outros-- estou preocupada que as declarações que negam a realidade do contágio viral, e a crescente polarização em questões fundamentais, possa intensificar a gravidade da pandemia ao minar esforços para conter a disseminação e fortalecer os sistemas de saúde", afirmou.

Por mais de uma vez o presidente Jair Bolsonaro já minimizou a pandemia, classificando a Covid-19 de uma "gripezinha" e desdenhando do número de mortos pela doença no país. Ele também entrou em rota de colisão com governadores que adotaram medidas de distanciamento social, como o fechamento do comércio, e acusou chefes de Executivos estaduais de exterminarem empregos.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil tem mais de 1,36 milhão de casos confirmados de Covid-19 e a doença já matou 58.314 pessoas no país.

Esses números fazem do Brasil o segundo país do mundo com maior número de casos e mortes por Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos.

Sem citar especificamente o Brasil, Bachelet também se disse preocupada com a situação dos indígenas em meio à pandemia. O Brasil tem uma população indígena significativa, especialmente na região amazônica.

"Populações indígenas também são particularmente vulneráveis. Acesso inadequado a instalações de saúde e outras fundamentais exacerbam o risco da pandemia para eles, ao mesmo tempo que a ausência de dados desagregados dificulta a adoção de medidas personalizadas para atender às suas necessidades. É hora de essa negligência terminar", disse Bachelet.

Contactados por email, o Palácio do Planalto e o Ministério das Relações Exteriores não responderam imediatamente a pedidos por comentários.

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