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Chefe de ajuda dos EUA a Mianmar: dê "passos concretos" sobre direitos dos Rohingya

20 mai 2018 - 14h50
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O chefe da ajuda do governo americano pediu a Mianmar, neste domingo, que o país dê "passos concretos" para garantir os direitos dos muçulmanos Rohingya e mostrar sinceridade nesse esforço para encorajar centenas de milhares que fugiram do 8país a retornar. 

Mark Green, gestor da Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento Internacional (USAID), encerrou sua visita de três dias a Mianmar com uma passagem por comunidades Rohingya e Rakhine, no estado de Rakhine, oeste do país, inclusive um campo de refugiados do povo Rohingya.

Green disse que refugiados que encontrou durante a etapa anterior da sua viagem em campos de Bangladesh, querem retornar, mas têm medo. Eles estão pedindo que seus direitos e segurança sejam garantidos antes de tomarem a decisão de voltar. 

"Isso reforça a importância de haver um sinal claro de sinceridade da posição tomada pelo governo de receber de volta o povo Rohingya de uma maneira segura e digna", disse Green, a repórteres. 

"Nós encorajamos o governo a tomar passos concretos para demonstrar a possibilidade de os Rohingya retornarem sob essas condições", disse Green. 

Ele disse que o governo pode mostrar aos refugiados em Bangladesh que é sincero ao tomar "ações claras" com os dezenas de milhares de refugiados Rohingya, desalojados por ataques violentos em campos em condições precárias em Rakhine. 

Green afirmou que foi "atingido pela falta de esperança que tantos muçulmanos sentem - sem acesso a sistemas de saúde, educação, deslocamento, moradia… esse tipo de falta de esperança é obviamente perturbadora - é algo que também precisa ser resolvido". 

Green disse que os Estados Unidos forneceriam 44 milhões de dólares em ajuda adicional para os Rohingya e populações vulneráveis no Mianmar e Bangladesh. 

Quase 700,000 pessoas do povo Rohingya fugiram para Bangladesh de Mianmar para escapar da opressão do exército, desde agosto, motivada por ataques rebeldes dos Rohingya. Refugiados relatam assassinatos, estupros e incêndios cometidos por tropas de Mianmar. 

Washington chamou a resposta do exército de "limpeza étnica" - acusação que Mianmar nega, dizendo que as forças de segurança estão respondendo legitimamente à insurgência em uma operação contra "terroristas bengali". 

Depois de se reunir com o líder de Mianmar, Aung San Suu Kyo, na capital Naypyitaw, e líderes da sociedade civil na principal cidade de Yangon, na sexta-feira e no sábado, Green encontrou-se com membros do governo em Rakhine e visitou vilas e campos ao longo do fim de semana. 

No domingo, foi a vilas muçulmanas e budistas na cidade de Rathedaung, ao norte do estado tomado pela violência. Reuniu-se com líderes dos campos no campo de Thet Kae Pyin, com quase 6,000 Rohingyas, que fica próximo da capital estadual Sittwe.

"Não temos o luxo do tempo. Nós realmente precisamos que tomar passos à frente e nos prepararmos para ajudar", disse Green. 

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