Cerca de 1 milhão de pessoas protestam nas ruas de Santiago
Piñera voltou atrás com proposta de aumento da tarifa do transporte público, que culminou no início dos protestos há uma semana
A capital do Chile é palco de um protesto que reúne cerca de 1 milhão de pessoas nesta sexta-feira, 25, na Plaza Itália, principal ponto de encontro dos manifestantes que há uma semana vão às ruas de Santiago e de todo o país para protestar contra o governo do presidente Sebastián Piñera e a falta de condições econômicas para a população mais pobre.
A informação foi fornecida pela governadora da região metropolitana, Karla Rubilar, por meio de sua conta no Twitter.
"A RM (Região Metropolitana) é proganosta de uma pacífica marcha de cerca de 1 milhão de pessoas que representam o sonho de um novo Chile, de forma transversal sem distinção", escreveu.
Bandeiras chilenas, apitos, cartazes e panelas são levados pelos manifestantes, que se concentram em uma marcha pacífica. O país está marcado pelo alto nível de repressão dos protestos, que já deixaram ao mínimo 19 mortos, somente em uma semana, enquanto denúncias de torturas e agressões feitas pela polícia e pelo Exército são feitas por insitutos de proteção aos direitos humanos.
O alto índice de feridos e mortos fez com que a alta-comissária para os Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) e ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, enviasse uma equipe para investigar as denúncias. O convite foi feito pelo próprio Piñera.
Os manifestantes, que até o momento não são representados por organizações ou partidos políticos, expressam demandas de melhores salários, pensões e ensino público. As manifestações são as maiores desde o restabelecimento da democracia no país, após a ditadura do ex-presidente Augusto Pinochet (1973-1990).
Na periferia da capital, caminhoneiros e cidadãos que utilizam o transporte público do país bloquearam estradas também nesta sexta, após terem decretado greve geral. Os caminhões circulavam lentamente pela rota que une o país de norte a sul, onde se somaram motoristas e ciclistas com bandeiras chilenas e cartazes.