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Centros no Mediterrâneo não solucionarão problema da imigração para a UE, diz ONU

4 jul 2018 - 13h58
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Os novos centros que estão sendo planejados nos arredores do Mar Mediterrâneo para acolher imigrantes não serão uma solução milagrosa para o problema da imigração para a União Europeia, disse uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) a respeito da ideia que será solicitada a implantar.

Imigrantes durante missão de resgate no Mediterrâneo
20/10/2016 Yara Nardi/Escritório de Imprensa da Cruz Vermelha Italiana/Divulgação via Reuters
Imigrantes durante missão de resgate no Mediterrâneo 20/10/2016 Yara Nardi/Escritório de Imprensa da Cruz Vermelha Italiana/Divulgação via Reuters
Foto: Reuters

A imigração irregular pelo mar foi reduzida dramaticamente, e só cerca de 45 mil pessoas chegaram à Europa desta forma neste ano, mas a questão polêmica está no topo da agenda política da UE.

Na semana passada Estados do bloco concordaram em reforçar suas fronteiras externas e gastar mais no Oriente Médio e no norte da África para diminuir a quantidade de recém-chegados.

Na segunda-feira a chanceler alemã, Angela Merkel, tentou salvar sua coalizão ao aceitar a criação de campos de imigrantes na fronteira de seu país, enfatizando como a UE é incapaz de acertar políticas imigratórias comuns e levando mais governos a agirem por conta própria.

Uma coisa com que os líderes do bloco concordaram foi criar "plataformas de desembarque" para lidar com as pessoas resgatadas de travessias perigosas. A maioria é conduzida às praias da Itália, mas mais de 1.300 já morreram em 2018.

"O Mediterrâneo é um espaço compartilhado, norte-sul. Temos uma responsabilidade conjunta de governar o que acontece neste espaço, inclusive evitando que as pessoas se afoguem", disse Eugenio Ambrosi, chefe da missão da Organização Internacional para as Migrações (OIM) para a UE, à Reuters.

A OIM e o Acnur, a agência de refugiados da ONU, auxiliarão administrando os novos centros.

Ambrosi disse que 10 centros para imigrantes já existentes na Grécia e na Itália podem ser reforçados e que mais tarde outros podem ser montados em Malta, mas que abrir mais deles no extremo sul do Mediterrâneo - como querem alguns países da UE - levará tempo.

"Antes de sair da Europa e pedir que outros países ajudem, precisamos fazer com que países europeus suficientes ajudem uns aos outros", argumentou Ambrosi em uma entrevista.

Mais tarde, dependendo da região do Mediterrâneo em que foram resgatadas, as pessoas serão levadas a centros da UE ou da África.

Mas a ideia amplamente divulgada de campos no Mediterrâneo só funcionará juntamente com a criação de mais opções legais para se chegar à Europa a partir de países de fora da UE, afirmou Ambrosi.

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES

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