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Mundo

Caxemira vive 4º dia de bloqueios e meio à tensão com Índia

Governo indiano revogou o status especial da região

8 ago 2019 - 11h04
(atualizado às 14h33)
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Centenas de policiais e agentes das Forças Armadas da Índia fazem patrulha na Caxemira no quarto dia de tensão na região devido à decisão do governo de retirar o status especial da área que é motivo de contestação histórica por parte do Paquistão.

A decisão foi anunciada de maneira repentina pelo governo nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi
A decisão foi anunciada de maneira repentina pelo governo nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi
Foto: EPA / Ansa - Brasil

    As ruas estão desertas e as lojas, fechadas na Caxemira indiana.

    Barricadas e arames farpados dividem os bairros. Um silêncio inquietante só é interrompido quando alguma viatura passa. Toda a rede de comunicação está bloqueada. Ghulam Nabi Azad, ex-governador da Caxemira e líder da oposição no Parlamento, foi impedido de acessar a região. Ele foi detido logo no aeroporto de Srinagar, em um voo de Nova Deli.

    As autoridades indianas também prenderam mais de 500 pessoas na zona. Ontem, um jovem manifestante morreu durante confrontos com a polícia em Srinagar, capital de Jamu e Caxemira, e outros seis ficaram feridos. O forte bloqueio foi imposto pela Índia para impedir uma revolta violenta após a revogação do estatuto da autonomia da Caxemira, na segunda-feira (5).

    A decisão foi anunciada de maneira repentina pelo governo nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi, o que provocou descontentamento do Paquistão. Em seguida, o governo indiano levou à votação no Parlamento a desintegração do estado, sob risco de acirrar os ânimos.

    A cidade de Srinagar é considerada um reduto de protestos contra a Índia. Como a população da Caxemira é majoritariamente muçulmana, igual a do Paquistão, enquanto a Índia é hindu, os moradores da região veem o governo indiano como invasor. A alta representante da política externa da União Europeia, Federica Mogherini, conversou por telefone com os chanceleres da Índia e do Paquistão, Subrahmanyam Jaishankar e Shah Mahmood Qureshi, respectivamente, destacando a importante de evitar uma escalada de tensão na região. "A UE acredita que uma solução política entre as duas partes é uma via para resolver uma disputa que provoca instabilidade na região", disse a italiana. No entanto, em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, o chanceler paquistanês garantiu que o país não considera adotar uma opção militar para resolver a crise. Fontes locais confirmaram que o Paquistão pretende acionar as instâncias internacionais contra a Índia.

Ansa - Brasil   
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