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Castillo diz buscar gabinete plural para superar divisões no Peru

20 jul 2021 - 18h08
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O presidente eleito do Peru, Pedro Castillo, afirmou nesta terça-feira que está convocando técnicos e pessoas comprometidas de diferentes grupos políticos para integrar seu primeiro gabinete, um sinal de que o socialista busca sanar as feridas de um país profundamente dividido após a tensa definição do processo eleitoral.

Pedro Castillo durante debate em Arequipa
 30/5/2021   REUTERS/Sebastian Castaneda
Pedro Castillo durante debate em Arequipa 30/5/2021 REUTERS/Sebastian Castaneda
Foto: Reuters

Castillo, que assume o cargo no dia 28 de julho, foi proclamado oficialmente presidente após vencer por 44 mil votos a candidata de direita Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, hoje preso por corrupção. A candidata atrasou o anúncio oficial com centenas de pedidos de impugnação de votos na eleição realizada no dia 6 de junho.

"Estamos estruturando uma equipe de trabalho, vejo que também há pessoas bastante interessadas em contribuir com apoio a este governo, de todas as orientações políticas, pessoas que também não são políticos", disse Castillo a jornalistas em sua primeira declaração sobre sua futura equipe de governo.

Após pedir "tranquilidade e serenidade" à população, o presidente eleito afirmou que essa é uma oportunidade para dar todos os espaços a diferentes setores do país. 

"O povo precisa de lealdade, pensando primeiro no que é mais urgente, que é a saúde do povo peruano e depois ver de que maneira faremos todo o possível para avaliar a situação econômica", disse o político de esquerda.

Fontes próximas ao líder socialista disseram à Reuters há duas semanas que um dos principais candidatos a assumir o Ministério da Economia é Pedro Francke, um moderado assessor econômico de esquerda de Castillo, e que desempenhou um importante papel para acalmar os mercados depois das eleições de junho. 

Além do desafio de combater a pandemia e reativar a economia no segundo maior produtor mundial de cobre, Castillo terá que trabalhar pela estabilidade política, já que sua adversária Keiko Fujimori convocou protestos para "defender" a democracia por considerar - sem provas - que perdeu as eleições de forma ilegítima. 

Observadores internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), a União Europeia, o Departamento de Estado dos Estados Unidos, o Canadá e o Reino Unido disseram separadamente que as eleições no Peru aconteceram de maneira transparente.

Castillo recebeu saudações e foi parabenizado por diversos países, entre eles Estados Unidos, México, Argentina, Colômbia, Venezuela, Cuba, e outros governos da região. 

O político socialista, que era desconhecido pela maioria da população até pouco antes das eleições, não renunciou à sua promessa de buscar uma nova Constituição que dê ao Estado um maior papel na economia, um plano que fez estremecer as elites políticas e empresariais do país. 

A maior associação de empresas mineradoras do país disse em nota que "o momento é de diálogo" com o que será o novo governo, para garantir competitividade ao setor. Castillo busca aumentar os impostos sobre o setor para financiar seus planos sociais em um momento de altos preços das commodities minerais.

"Hoje, mais do que nunca, pedimos às autoridades liderança e visão de futuro e que assumam com decisão o compromisso de empreender as reformas necessárias para revitalizar nossa abalada economia", garantindo o Estado de Direito, afirmou a Sociedade Nacional de Mineração, Petróleo e Energia (SNMP).

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