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Cardeal defende preservação do celibato na Igreja em Sínodo

Ordenação de homens casados é um dos temas polêmicos da cúpula

24 out 2019 - 16h53
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O cardeal Beniamino Stella, prefeito da Congregação para o Clero, defendeu nesta quinta-feira (24) que o celibato é um elemento de "grande beleza da vida dos sacerdotes" e precisa "ser cultivado". A declaração foi dada durante coletiva de imprensa realizada na Santa Sé sobre os trabalhos desenvolvidos no Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica.

Cardeal defende preservação do celibato na Igreja em Sínodo
Cardeal defende preservação do celibato na Igreja em Sínodo
Foto: Ansa / Ansa - Brasil

    "O celibato é a grande beleza da vida de um padre, mas deve ser cultivado, porque é um tesouro que cultivamos em panelas de barro", afirmou.

    Segundo o religioso, a Igreja Católica é a única instituição que prega "um compromisso para sempre", no sacerdócio, na vida consagrada e no matrimônio. "É um presente de Deus, que deve ser recebido. Temos de ter consciência de que o dom do celibato representa hoje um grande desafio pessoal", acrescentou Stella. Para o cardeal italiano, a "oração, disciplina e comprometimento pessoal" são os três requisitos que garantem que seja possível "viver o celibato, mas consciente de que vivemos em um mundo que não assume isso como um valor".

    A ideia em debate na assembleia episcopal prevê a extensão do sacerdócio aos chamados "viri probati", homens casados (preferivelmente indígenas), de fé comprovada e capazes de administrar espiritualmente uma comunidade de fiéis. Essa é uma das propostas mais polêmicas em discussão no Sínodo dos Bispos dedicado à maior floresta tropical do planeta e já provocou até acusações de heresia por parte do clero ultraconservador.

    Apesar de defender o celibato, Stella ressaltou que a decisão sobre os "viri probati" está nas mãos dos padres sinodais e do papa Francisco. Por outro lado, ao ser questionado sobre a possibilidade de criação de um Rito Amazônico, o prefeito da Congregação para o Clero enfatizou que o "povo da Amazônia sente a necessidade de se comunicar com sua língua, símbolos e rituais locais".

    "A Amazônia é uma realidade multiétnica e multilíngue, composta por centenas de grupos étnicos e centenas de idiomas. Há uma expectativa neste assunto e também uma necessidade concreta: veremos o que o Sínodo dirá", acrescentou Stella, que se mostrou a favor de "um rito amazônico próprio", mas que acredita que deve ser desenvolvido a tempo.

    O Sínodo da Amazônia acontece até o próximo dia 27 de outubro e discute novas formas de evangelização de povos indígenas e a proteção do meio ambiente.

Ansa - Brasil   
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