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Campanha por abolição de armas nucleares ganha Nobel da Paz

6 out 2017 - 07h25
(atualizado às 09h13)
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Membros da Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (Ican) comemoram a premiação
Membros da Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (Ican) comemoram a premiação
Foto: Reuters

O Comitê Norueguês do Nobel concedeu nesta sexta-feira o prêmio Nobel da Paz a um grupo internacional pouco conhecido que faz campanha pelo fim das armas nucleares, advertindo contra o crescente risco de uma guerra nuclear.

A Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (Ican) se descreve como uma coalizão de grupos não governamentais com representação em mais de 100 nações. A organização começou na Austrália e foi lançada oficialmente em Viena em 2007.

"Nós vivemos em um mundo onde o risco de armas nucleares serem usadas é maior do que tem sido há muito tempo", disse Berit Reiss-Andersen, líder do Comitê Norueguês do Nobel, ao anunciar o ganhador do prêmio.

Em julho, 122 Estados adotaram um tratado da ONU sobre a proibição de armas nucleares, mas o acordo não inclui nações como os Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França.

"Esse prêmio lança uma necessária luz sobre o caminho que o tratado de proibição fornece em direção a um mundo livre de armas nucleares. Antes que seja muito tarde, nós precisamos tomar esse caminho", disse a Ican em comunicado em sua página do Facebook.

"Esse é um momento de grande tensão global, quando retóricas inflamadas podem facilmente nos levar, inevitavelmente, a um terror indescritível. O fantasma do conflito nuclear é mais uma vez motivo de grande preocupação. Se alguma vez houve um momento para que nações declarassem sua oposição inequívoca a armas nucleares, esse momento é agora".

O prêmio Nobel busca fortalecer a campanha de desarmamento em meio a tensões nucleares entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte e a incertezas sobre o destino de um acordo de 2015 entre o Irã e grandes potências para limitar o programa nuclear de Teerã.

O acordo do Irã é visto como ameaçado depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o chamou de "pior acordo já negociado". Uma autoridade do governo dos EUA disse na quinta-feira que Trump deve anunciar em breve que irá retirar a certificação do pacto, um passo para potencialmente revertê-lo.

O comitê causou apreensão com a decisão de premiar um grupo de campanha internacional relativamente desconhecido, ao invés dos arquitetos do acordo do Irã, amplamente vistos como favoritos, após elaborarem um complexo tratado durante anos de diplomacia de alto risco.

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