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Bolsonaro ataca pai de Bachelet, vítima da ditadura Pinochet

Presidente rebateu críticas da alta comissária da ONU

4 set 2019 - 12h23
(atualizado às 12h43)
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O presidente Jair Bolsonaro atacou nesta quarta-feira (4) o pai de Michelle Bachelet, alta comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU), após ela ter alertado para o "encolhimento do espaço democrático" no Brasil.

    Bolsonaro publicou um texto em sua página no Facebook no qual acusa Bachelet, também ex-presidente do Chile, de seguir a "linha do Macron e se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira".

    "[Bachelet] Investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares. Diz ainda que o Brasil perde espaço democrático, mas se esquece que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai, brigadeiro à época", escreveu.

    O pai da alta comissária, Alberto Bachelet, foi torturado e morto pelo regime do ditador Augusto Pinochet após ter se oposto ao golpe militar de 1973, que derrubou o presidente socialista Salvador Allende. Bolsonaro reforçou o ataque ao falar com jornalistas na saída do Palácio da Alvorada.

    "Se não fosse o pessoal do Pinochet derrotar a esquerda em 1973, entre eles o teu pai, hoje o Chile seria uma Cuba. Eu acho que não preciso falar mais nada para ela. Quando tem gente que não tem o que fazer, vai lá para a cadeira de Direitos Humanos da ONU", disse o presidente.

    Também vítima da ditadura chilena, Bachelet foi presidente de seu país entre 2006 e 2010 e 2014 e 2018, pelo Partido Socialista. Em 1º de setembro do ano passado, assumiu o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh).

    Antes do ataque de Bolsonaro, Bachelet havia criticado a morte de defensores dos direitos humanos no Brasil, as políticas do governo para facilitar o acesso a armas e o aumento da violência policial no país.

    Essa não é a primeira vez que Bolsonaro declara simpatia a Pinochet, o que já lhe rendeu até uma reprimenda pública por parte do atual presidente do Chile, o conservador Sebastián Piñera.

    "Não compartilho muito do que Bolsonaro diz sobre o tema", disse o mandatário recentemente, acrescentando que algumas frases do líder brasileiro são "tremendamente infelizes".

Ansa - Brasil   
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