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Bolívia vê funerárias e cemitérios sobrecarregados com alta em mortes por Covid-19

6 fev 2021 - 13h14
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A Bolívia começou a sofrer com uma acumulação de cadáveres à medida que uma feroz segunda onda do coronavírus atinge o país, sobrecarregando funerárias e cemitérios, de acordo com autoridades locais, o que gera temores de que o problema possa ajudar a fomentar ainda mais infecções.

Os corpos dos mortos, embrulhados em cobertores improvisados de lã de alpaca andina e sacos plásticos azuis, ou mesmo embalados em malas, têm inundado funerárias da capital La Paz, a região mais atingida da nação andina.

O vice-ministro de proteção ao consumidor da Bolívia, Jorge Silva, disse que as autoridades encontraram cadáveres espalhados pelo chão de garagens, varandas e corredores de funerárias. Ele acusou alguns empresários do setor de tentar lucrar com o recente aumento de mortes, assumindo a responsabilidade por mais corpos do que poderiam administrar com segurança.

"Este é um bom negócio para essas empresas, mas logicamente também coloca em risco a saúde da população", disse Silva à Reuters. Ele chamou as funerárias de "pontos focais de infecção".

Mas donos de funerárias em El Alto, a segunda maior cidade da Bolívia, disseram que muitos cemitérios pararam de aceitar os corpos de vítimas da Covid-19, deixando poucas opções disponíveis para eles.

"Nós em El Alto não temos para onde trazer nossos mortos", disse Carmen Apaza, da agência funerária Taylor.

A Bolívia está entre os países mais pobres da América do Sul e a segunda onda de casos de coronavírus tem atingido fortemente seu já debilitado sistema de saúde, levando muitos hospitais à beira do colapso.

O país, após uma lentidão inicial na busca por vacinas, recebeu recentemente um lote de doses russas da Sputnik V para iniciar seu programa de inoculação. O país espera receber mais um milhão de doses por meio do programa Covax no final deste mês.

A Bolívia registrou 225.910 infecções e 10.687 mortes por Covid-19 desde o início da pandemia, de acordo com cálculos da Reuters. As infecções nos últimos dias atingiram 80% do pico da primeira onda.

Especialistas em saúde na Bolívia estimam que janeiro foi o segundo mês mais letal desde o início da pandemia.

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