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Biden anuncia retirada das tropas do Afeganistão até 11/9

Otan também formalizou medida após confirmação dos EUA

14 abr 2021 - 16h41
(atualizado às 17h12)
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira (14) que irá retirar oficialmente as tropas americanas do Afeganistão até o dia 11 de setembro, data do aniversário de 20 anos dos atentados contra o World Trade Center e o Pentágono, que desencadearam a invasão do país asiático.

"Somente os afegãos têm o direito e a responsabilidade de liderar seu país", afirmou o democrata, em pronunciamento na Casa Branca.

O anúncio marca um fim simbólico para a guerra mais longa da história americana e é o primeiro grande ato de Biden em relação às Forças Armadas dos EUA que atuam no estrangeiro.

Presidente dos EUA, Joe Biden, durante pronunciamento na Casa Branca
Presidente dos EUA, Joe Biden, durante pronunciamento na Casa Branca
Foto: EPA / Ansa

"Eu sou agora o quarto presidente dos Estados Unidos a presidir a presença de tropas americanas no Afeganistão. Já foram dois republicanos, dois democratas. Não vou passar essa responsabilidade para um quinto", declarou. "É hora de encerrar a guerra mais longa dos EUA. É hora das tropas americanas voltarem do Afeganistão", concluiu.

Com a decisão, as tropas americanas começarão a ser retiradas já a partir de 1º de maio, em uma operação que deve ser concluída até 11 de setembro.

"Não vamos nos precipitar para sair. Faremos isso de maneira responsável e segura, em total coordenação com nossos aliados que agora têm mais forças no Afeganistão do que nós", explicou.

O presidente americano ainda ressaltou que não dá para "continuar o ciclo de estender ou expandir" a presença militar no Afeganistão "na esperança de criar as condições ideais para a retirada, esperando um resultado diferente".

De acordo com Biden, os Estados Unidos já alcançaram sua meta no Afeganistão há 10 anos, quando o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, foi morto por um comando americano". "Depois disso, as razões para ficar lá são cada vez menos claras".

Além disso, o democrata declarou que seu país continuará alerta para novas ameaças terroristas e vai prestar contas com o Talibã sobre o que acontecerá no Afeganistão.

"Vamos reorganizar nossa capacidade de contraterrorismo para evitar o ressurgimento da ameaça terrorista. Vamos responsabilizar o Talibã por seu compromisso de não permitir que nenhum terrorista ameace os Estados Unidos ou seus aliados em solo afegão. O governo afegão também assumiu esse compromisso", finalizou Biden.

O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, disse que falou com Biden antes de seu discurso. "A República Islâmica do Afeganistão respeita a decisão dos EUA e trabalharemos com nossos parceiros americanos para garantir uma transição tranquila", disse no Twitter.

Logo após a decisão do chefe de Estado americano, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) emitiu uma nota depois de uma reunião extraordinária, em Bruxelas, entre os ministros das Relações Exteriores dos quatro países envolvidos na missão no Afeganistão - Alemanha, EUA, Itália e Turquia - e do Reino Unido, que também integra a aliança.

"Os aliados estabeleceram que começaremos a retirada das forças do Afeganistão a partir de 1º de maio. Essa retirada será ordenada, coordenada e deliberada", diz o texto.

Segundo a Otan, a expectativa é de que a operação seja concluída dentro de alguns meses, e qualquer ataque do Talibã contra as tropas aliadas durante esta retirada receberá uma resposta enérgica.

A medida histórica também foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio. "Depois de 20 anos, como Otan, decidimos deixar o Afeganistão. Esta é uma decisão memorável. Os nossos soldados também regressarão à sua pátria", escreveu o italiano no Facebook.

Ansa - Brasil   
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