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Mundo

Ativista coloca boneca em estátua de jornalista italiano

Indro Montanelli comprou menina eritreia de 12 anos

29 jun 2020 - 13h32
(atualizado às 14h14)
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Após ter sido pintada de vermelho por manifestantes antirracismo, uma estátua do jornalista italiano Indro Montanelli (1909-2001) amanheceu no último domingo (28) com uma boneca no colo simulando uma menina de 12 anos.

Estátua em homenagem a Indro Montanelli em Milão, na Itália
Estátua em homenagem a Indro Montanelli em Milão, na Itália
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A manifestação fez referência à criança eritreia que Montanelli admitiu ter comprado como "esposa" durante seu serviço militar na Etiópia, na década de 1930, quando o fascista Benito Mussolini tentava estabelecer um império no Chifre da África.

A boneca foi colocada na estátua pela ativista Cristina Donati Meyer, que reivindicou o ato em sua página no Facebook. "O monumento a Indro Montanelli agora está completo. Não era preciso pintar a estátua, apenas acrescentar nos joelhos a menina eritreia de 12 anos de quem ele abusou como soldado colonialista", diz o cartaz colado no pedestal do monumento.

A ativista foi fichada pela polícia, que removeu a boneca. Considerado um dos maiores jornalistas italianos do século 20, Montanelli teve uma longa carreira no Corriere della Sera, jornal de maior circulação no país, e também fundou o diário conservador Il Giornale.

Em entrevista à emissora Rai em 1969, Montanelli admitiu que havia comprado uma garota eritreia de 12 anos no Chifre da África. O episódio ocorreu na década de 1930, quando o regime fascista de Benito Mussolini tentava estabelecer um império com a conquista da Etiópia.

"Era uma belíssima garota de 12 anos. Desculpem-me, mas na África é outra coisa. E me casei regularmente com ela, no sentido de que a havia comprado do pai", contou.

Questionado na sequência pela jornalista Elvira Banotti, Montanelli acrescentou que "as meninas da Abissínia [nome do antigo Império Etíope] se casavam com 12 anos", mas reconheceu que, se fosse na Europa, isso seria considerado uma violência. 

Ansa - Brasil   
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