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Ataques aéreos atingem hospitais e campos do noroeste da Síria e sobrecarregam socorro

18 fev 2020 - 12h49
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Ataques aéreos do governo atingiram hospitais e campos de pessoas deslocadas no noroeste da Síria e mataram cerca de 300 civis em meio a uma ofensiva das forças do presidente Bashar al-Assad contra o último bastião dos rebeldes, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira.

Soldados sírios são mobilizados em Aleppo
17/02/2020
SANA/Divulgação via REUTERS
Soldados sírios são mobilizados em Aleppo 17/02/2020 SANA/Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

Autoridades da ONU disseram que as agências de assistência estão sobrecarregadas pela crise humanitária --quase um milhão de civis, a maioria mulheres e crianças, fugiu rumo à fronteira da Turquia em meio ao inverno rigoroso para escapar da violência.

"Civis em fuga dos combates estão sendo espremidos em áreas sem abrigo seguro que estão encolhendo de tamanho a cada hora. E ainda assim são bombardeados. Eles simplesmente não têm para onde ir", disse a chefe de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, em um comunicado.

Enquanto isso, aviões de guerra sírios e russos mantiveram seus ataques contra a cidade de Darat Izza, na província de Aleppo, nesta terça-feira, disseram testemunhas, um dia depois de dois hospitais da área sofrerem danos graves.

No Hospital Al Kinana, paredes derrubadas e cabos médicos e suprimentos empoeirados ficaram espalhados depois que dois funcionários foram feridos na segunda-feira, contaram testemunhas.

Em um pronunciamento na televisão nacional no mesmo dia, Assad disse que os avanços militares rápidos eram um prelúdio da derrota eventual da insurgência de nove anos que o enfrenta, mas que isso ainda pode levar algum tempo. As facções rebeldes incluem insurgentes apoiados pelos turcos e por militantes jihadistas.

A ofensiva também prejudicou uma cooperação frágil entre Ancara e Moscou, que apoiam lados opostos da guerra. Eles começaram uma nova rodada de conversas em Moscou na segunda-feira depois das exigência turcas de que o Exército sírio recue e que um cessar-fogo seja anunciado.

Indagado se a Síria e sua aliada Rússia estão visando civis e edifícios protegidos deliberadamente, o porta-voz de direitos humanos da ONU, Rupert Colville, respondeu: "A quantidade enorme de ataques a hospitais, instalações médicas e escolas levaria a crer que eles não podem ser todos acidentais."

Os ataques podem constituir crimes de guerra, disse Colville em um briefing em Genebra.

O escritório de direitos humanos da ONU disse ter registrado 299 mortes de civis desde 1º de janeiro, cerca de 93% delas causadas pelo governo sírio e seus aliados.

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