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Ataque a hotel de luxo deixa mortos na capital do Quênia

Militantes islâmicos alegam ter sido os responsáveis por tiros e explosões em resort de Nairobi que deixaram pelo menos 14 mortos.

15 jan 2019 - 19h09
(atualizado em 16/1/2019 às 10h57)
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Veículos estacionados perto do hotel foram atingidos no ataque
Veículos estacionados perto do hotel foram atingidos no ataque
Foto: BBC News Brasil

Militantes islâmicos reivindicaram a autoria de um ataque que deixou pelo menos 14 mortos num resort de luxo em Nairóbi, capital do Quênia.

Homens armados detonaram explosivos em um complexo que abriga o resort DusitD2, além de prédios de escritórios, nas Westlands, distrito de Nairóbi.

O grupo militante islâmico Al Shabab clamou a autoria do ataque, mas não deu mais detalhes sobre o caso.

O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, disse que o cerco aos suspeitos acabou e que todos os agressores foram "eliminados".

Como foi o ataque

O ataque começou por volta das 15h desta terça-feira (15), horário local (cerca de 10h em Brasília).

Atiradores lançaram bombas contra carros no estacionamento, e um deles detonou explosivos atados ao próprio corpo no lobby do hotel, segundo o relato do chefe de polícia queniano Joseph Boinnet.

"Eu comecei a ouvir tiros, e então comecei a ver pessoas correndo com as mãos para o alto. Algumas entraram numa agência bancária para tentar se proteger."

A polícia então correu para o local. "A situação não está boa, temos pessoas morrendo", disse um policial à BBC, perto do hotel.

Diversas pessoas - algumas delas com marcas de tiros e cobertas de sangue - foram escoltadas para fora do hotel por policiais fortemente armados.

Pessoas foram retiradas do prédio com ferimentos a bala
Pessoas foram retiradas do prédio com ferimentos a bala
Foto: AFP / BBC News Brasil

O DusitD2 é um resort de cinco estrelas com 101 quartos que está localizado numa área nobre de Nairóbi, e conta com um spa e vários restaurantes.

O Quênia assistiu a uma série de ataques terroristas nos últimos anos - a maioria em áreas próximas da fronteira com a Somália e em Nairóbi.

Atacando perto de casa

Todas as pessoas que escaparam do complexo Dusit em Nairóbi contam a mesma história - homens fortemente armados chegaram atirando de forma indiscriminada, usando bombas e rifles automáticos no ataque. A maioria estava fragilizada demais para falar. Todos estavam aliviados por terem escapado.

As vítimas começaram a deixar o hotel em grupos pequenos, muitas horas depois das primeiras explosões. Os estrondos podiam ser ouvidos por toda a cidade. Eu estava no meu apartamento, há poucos metros dali, quando as explosões começaram, seguidas pelo som inconfundível dos disparos de armas de fogo.

As imagens que foram feitas dentro do hotel são de um horror abjeto. Pessoas normais foram mortas enquanto tocavam suas vidas, enquanto estavam almoçando ou trabalhando.

Para mim, há um lado pessoal também. Um dos restaurantes que parece ter suportado a maior carga de explosões era um lugar que eu conhecia bem. Tinha vários funcionários amáveis, sempre prontos a te cumprimentar com um sorriso. Enquanto eu observo os sobreviventes, não consigo deixar de pensar em quantas destas pessoas escaparam.

O que é o al-Shabab?

Trata-se de um grupo militante islâmico que luta contra o governo da Somália, mas que também realizou ataques em outros países do leste da África.

O governo do Quênia integra hoje uma operação regional de manutenção da paz, oferecendo apoio ao governo somali na luta contra o al-Shabab.

Em setembro de 2013. um atirador do al-Shabab entrou num shopping em Nairóbi e abriu fogo contra os compradores. Ao longo do ataque, que durou cerca de 80 horas, 67 pessoas foram mortas.

Quase dois anos mais tarde, em abril de 2015, o grupo realizou o seu ataque mais letal até agora no Quênia, ao matar quase 150 pessoas na Universidade de Garissa.

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