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'Atacamos a França, não foi pessoal', diz terrorista de Paris

Salah Abdeslam é réu em megaprocesso iniciado em 8 de setembro

15 set 2021 - 10h14
(atualizado às 10h26)
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O terrorista Salah Abdeslam, único sobrevivente entre os autores materiais dos atentados de 13 de novembro de 2015, em Paris, disse nesta quarta-feira (15) que os ataques foram uma retaliação pelos bombardeios contra o Estado Islâmico (EI).

Salah Abdeslam teria de ter explodido o próprio corpo nos atentados de 13 de novembro, mas não o fez e acabou preso
Salah Abdeslam teria de ter explodido o próprio corpo nos atentados de 13 de novembro, mas não o fez e acabou preso
Foto: EPA / Ansa - Brasil

"Nós atacamos a França, miramos a população, os civis, mas não era nada de pessoal. O objetivo não é colocar uma faca na ferida, mas sim ser sincero", declarou o franco-marroquino durante o processo em Paris contra 20 réus por envolvimento nos atentados.

Abdeslam é o único deles que participou ativamente dos ataques em 13 de novembro de 2015, mas, ao contrário de seus comparsas naquela noite, não detonou o próprio corpo como estava planejado e acabou preso.

Em seu julgamento, o terrorista argumentou que os aviões franceses que bombardeavam o Estado Islâmico "não faziam distinção entre homens, mulheres e crianças". "Queríamos fazer a França sofrer a mesma dor que nós sofremos", acrescentou.

Dos outros 19 réus no processo, 10 estão em prisão preventiva, enquanto três respondem em liberdade, todos eles acusados de dar suporte financeiro e logístico aos terroristas. Seis pessoas ainda serão julgadas em contumácia, sendo que algumas delas já teriam morrido na Síria ou no Iraque.

Iniciado em 8 de setembro, o julgamento é descrito pela imprensa local como o maior na história moderna da França e deve durar pelo menos nove meses, envolvendo cerca de 330 advogados e 1,8 mil sobreviventes e parentes das vítimas.

Os atentados de 13 de novembro deixaram 130 mortos na casa de shows Bataclan, em bares e restaurantes do 10º e do 11º arrondissements de Paris e nos arredores do Stade de France, em Saint-Denis, cidade satélite da capital francesa.

Ansa - Brasil   
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