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Assassinatos do México atingem recorde e prejudicam promessa de presidente

23 dez 2017 - 16h53
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O México registrou este ano o maior número de assassinatos desde que os registros modernos começaram, de acordo com dados oficiais, dando um novo golpe à promessa do presidente Enrique Peña Nieto de controlar a violência de gangues com as eleições presidenciais de 2018.

Um total de 23.101 inquéritos de homicídio foram abertos nos primeiros 11 meses deste ano, superando os 22.409 registrados em todo o ano de 2011, mostram os números divulgados na noite de sexta-feira pelo Ministério do Interior. Os números remontam a 1997.

Peña Nieto assumiu o cargo em dezembro de 2012, comprometendo-se a dominar a violência que se intensificou sob seu antecessor, Felipe Calderon. Ele conseguiu reduzir a contagem de assassinatos durante os dois primeiros anos de seu mandato, mas desde então houve aumento constante.

Com 18,7 por 100 mil habitantes, a taxa de homicídio no México de 2017 ainda é menor do que em 2011, quando atingiu quase 19,4 por 100 mil, segundo os dados. A taxa também se manteve abaixo dos níveis relatados em vários outros países da América Latina.

De acordo com os números utilizados na base de dados online do Banco Mundial, o Brasil e a Colômbia tiveram uma taxa de assassinato de 27 por 100.000 habitantes, Venezuela, 57, Honduras, 64, e El Salvador, 109 em 2015, o último ano para o qual os dados estão disponíveis.

A taxa dos EUA foi de 5 por 100.000.

Ainda assim, o fracasso de Peña Nieto em conter os assassinatos prejudicou sua credibilidade e prejudicou seu Partido Revolucionário Institucional (PRI) centrista, que enfrenta uma luta árdua para manter o poder nas eleições presidenciais de julho de 2018.

O atual líder da corrida, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, oscilou ao explorar uma anistia com gangues criminosas para reduzir a violência, mas não desenvolveu a ideia.

O jornal mexicano Reforma disse no sábado que depois de uma parada de campanha no estado central de Hidalgo na sexta-feira, López Obrador voltou a abordar o problema quando perguntado se as palestras destinadas a parar a violência poderiam incluir gangues criminosas.

"Pode haver diálogo com todos. É preciso haver diálogo e precisa ser um impulso para acabar com a guerra e garantir a paz. As coisas não podem continuar como antes", afirmou López Obrador segundo o jornal.

Pesquisa realizada neste mês mostrou que dois terços dos mexicanos rejeitam oferecer anistia aos membros de gangues criminosas na tentativa de conter a violência, com menos de um quarto a favor.

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