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Ásia

Zardari pede que EUA limitem operações ao território afegão

21 jan 2010 - 17h03
(atualizado às 17h10)
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O presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, pediu hoje que os EUA limitem suas ações militares ao território afegão e que Washington seja "sensível" aos interesses do Paquistão.

Os pedidos foram feitos durante uma reunião com o secretário de Defesa americano, Robert Gates, que visita Islamabad.

"O Paquistão tem um legítimo interesse em promover a paz e a estabilidade no Afeganistão", disse Zardari, ao acrescentar que "as ações dos EUA deveriam se limitar ao lado afegão da fronteira".

Para o presidente paquistanês, "os EUA têm que ser sensíveis às grandes preocupações e interesses nacionais do Paquistão", segundo um comunicado divulgado por seu gabinete ao final de um encontro com Gates.

O secretário americano teve várias reuniões durante esta quinta-feira com as principais autoridades políticas e militares do Paquistão.

Em artigo publicado no jornal paquistanês "The News", o mais influente de língua inglesa no país, Gates assegurou hoje que "só pressionando os dois lados da fronteira, Afeganistão e Paquistão poderão se libertar desta escória e destruir os que promovem o terrorismo aqui e no exterior".

"Manter a distinção entre um tipo de grupo extremista violento e outro é contraproducente", sustentou.

Com essas palavras, o secretário americano faz uma aparente referência aos grupos talibãs afegãos que supostamente buscam abrigo em algumas zonas do Paquistão, e contra os quais os EUA pedem a ação de Islamabad.

O porta-voz do Exército paquistanês, Athar Abbas, declarou hoje à Agência Efe que as forças de segurança precisarão de "entre seis meses e um ano" para "consolidar e estabilizar" as frentes abertas atualmente contra a insurgência no noroeste do país e descartou o início de novas ofensivas em breve.

"Estamos muito ocupados consolidando as áreas nas quais lançamos operações no ano passado. Os EUA podem ter uma postura, mas esta é a nossa", manteve.

Nas últimas semanas, surgiram tensões entre Islamabad e Washington, que enviou vários senadores e diplomatas ao Paquistão para tentar aproximar as posturas dos dois países em relação à nova estratégia do presidente americano, Barack Obama, para o Afeganistão e a região.

Entre outros assuntos, as autoridades paquistanesas reivindicam dos EUA agilidade na entrega de verbas de ajuda militar e civil no valor de US$ 2,8 bilhões.

"O custo econômico da guerra contra o terrorismo soma US$ 35 bilhões nos últimos oito anos. O Paquistão tem passado por atrasos nos pagamentos", criticou Zardari em sua reunião com Gates.

Islamabad também censurou ultimamente os ataques dos aviões não tripulados dos EUA em seu território - pelo menos 11 desde o começo de 2010 - e pediu em repetidas ocasiões que Washington forneça a tecnologia para fazê-los.

O titular americano de Defesa, que deixa o Paquistão amanhã, se reuniu também com o primeiro-ministro, Yousef Raza Guilani; o chefe do Exército, Ashfaq Pervez Kiyani; e o diretor dos serviços de inteligência (ISI), Ahmed Shuja Pasha, assim como com ministros do Governo paquistanês.

EFE   
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