Vice-presidente dos EUA contrata advogado para lidar com caso Rússia

15 jun 2017 - 19h47

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O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, contratou um advogado particular para lidar com possíveis situações envolvendo as investigações sobre uma possível colaboração entre a campanha do presidente Donald Trump e a Rússia para interferir nas eleições de 2016.

O jornal "The Washington Post" informou nesta quinta-feira que Pence contratou Richard Cullen, um advogado com um escritório em Richmond e que foi procurador-federal no distrito leste da Virgínia. Os honorários de Cullen serão pagos pelo vice-presidente e não com o dinheiro dos contribuintes americanos.

"Posso confirmar que o vice-presidente contratou Richard Cullen para ajudá-lo a responder às perguntas do procurador especial", disse Jarrod Agen, porta-voz de Pence, ao "Post".

"O vice-presidente está concentrado inteiramente nas suas tarefas e em promover a agenda do presidente. E espera com interesse a rápida conclusão deste assunto", acrescentou.

A decisão de Pence ocorre menos de um mês depois de Trump ter contratado um advogado particular, Marc Kasowitz, pelo mesmo motivo. Ontem o "Post" informou que o procurador especial para o caso, Robert Mueller, estendeu suas investigações para tentar esclarecer se o presidente tentou obstruir à Justiça.

Mueller foi nomeado procurador especial depois da demissão do ex-diretor do FBI James Comey, que afirmou que Trump, antes de mandá-lo embora, o pediu que "deixasse de lado" as investigações sobre os vínculos do ex-assessor de Segurança Nacional, Michael Flynn, com a Rússia.

Antecessor de Comey no FBI, Mueller conta com a confiança de democratas e republicanos, e tem agora a responsabilidade de esclarecer se o presidente tentou obstruir à Justiça na investigação sobre a interferência da Rússia nas eleições.

Comey, ao ser perguntado sobre o assunto durante uma audiência no Senado, não quis opinar. O ex-diretor do FBI disse confiar plenamente em Mueller para esclarecer o ocorrido.

O crime de obstrução à Justiça pode levar ao impeachment de Trump, algo que é apoiado pela oposição democrata, mas não pela maioria republicana no Congresso.