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Quem é a jovem irmã de Kim Jong-un que acaba de ser promovida a um poderoso cargo na Coreia do Norte

Kim Yo-jong, de 30 anos, estudou na Suíça e depois ciência da computação em Pyongyang; ela cuidava da imagem do irmão, 4 anos mais velho, antes de ser promovida ao politburo do partido único do país.

9 out 2017 - 07h24
(atualizado às 07h42)
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Kim Yo-jong, fotografada atrás de seu irmão, agora é promovida a alto cargo político na Coreia do Norte
Kim Yo-jong, fotografada atrás de seu irmão, agora é promovida a alto cargo político na Coreia do Norte
Foto: BBC News Brasil

Ela aparece com frequência ao lado de seu irmão e foi anunciada como "alta funcionária" do partido oficial.

Mas agora, Kim Yo-jong, a irmã mais nova do líder norte-coreano, está prestes a se tornar a mulher mais poderosa da Coreia do Norte.

No sábado, foi anunciado que Kim Jong-un decidiu promover sua irmã e que ela ocupará um cargo no politburo (mais alto órgão do executivo) do Partido dos Trabalhadores.

Desde 2014, Yo-jong, de 30 anos, foi responsável pela imagem pública de seu irmão e ocupou o influente cargo de vice-diretora do Departamento de Propaganda e Agitação.

Seu novo cargo foi anunciado por Kim Jong-un durante um discurso na reunião do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores.

O correspondente da BBC, Danny Savage, ressalta que a promoção de Yo-jong será vista como uma nova evidência da consolidação da família Kim no poder da Coreia do Norte.

Yo-jong nasceu em 1987 e é a filha mais nova do ex-líder coreano Kim Jong-il e sua esposa, Ko Yong-hui, que também foi mãe de Jong-un e de seu irmão Jong-chol, de acordo com Michael Madden, especialista do site "web 38 North".

A jovem estudou com seu irmão Jong-un em Berna, na Suíça, de 1996 a 2000, e teria, de volta a seu país, estudado ciências da computação na Universidade Militar Kim Il-sung.

Dizem que ela é muito próxima de seu irmão, que é 4 anos mais velho. E há relatos não confirmados de que ela é casada com o filho de Choe Ryong-hae, membro poderoso do partido e de seu politburo.

Ela foi vista pela primeira vez em um evento público em setembro de 2010, durante o Congresso do Partido dos Trabalhadores, onde apareceu com seu pai.

Durante o funeral de Kim Jong-il, em dezembro de 2011, ela ganhou grande visibilidade quando compareceu ao lado de seu irmão e funcionários do partido durante as procissões fúnebres.

Até então, ela nunca tinha sido citada. Mas, alguns meses depois, ela recebeu um cargo na Comissão de Defesa Nacional como gerente de eventos de Kim Jong-un.

A primeira vez em que foi oficialmente mencionada foi em 2014, quando acompanhou seu irmão para uma votação para a Assembleia Suprema do Povo.

Ela foi então identificada como "alta funcionária" do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores.

Consolidação

Com sua promoção, Yo-jong substituirá sua tia, Kim Kyong-hui, de grande influência na tomada de decisões de seu irmão, Kim Jong-il.

No ano passado, Kim Yo-jong foi nomeada para uma posição-chave no partido, abrindo especulações de que poderia ascender ainda mais nas graças de seu irmão e, consequentemente, da cúpula política do país.

A promoção da irmã é vista como evidência da consolidação do Kim no poder
A promoção da irmã é vista como evidência da consolidação do Kim no poder
Foto: BBC News Brasil

Sua promoção, dizem os especialistas, reflete a grande estima de Jong-un por sua irmã mais nova.

"Isso mostra que seu portfólio e mandato são muito mais substanciais do que se acreditava anteriormente", disse Michael Madden ao jornal britânico The Guardian.

"E é uma consolidação maior da família Kim no poder", acrescentou.

Lista negra

Em janeiro passado, o Departamento do Tesouro dos EUA colocou Kim Yo-jong e outras autoridades norte-coreanas na "lista negra" de pessoas sob sanções por "graves abusos contra os direitos humanos".

Com sua promoção, Yo-jong substituirá sua tia, Kim Kyong-hui, que desempenhou papel fundamental na tomada de decisões quando seu irmão, Jim Jong-il, estava vivo
Com sua promoção, Yo-jong substituirá sua tia, Kim Kyong-hui, que desempenhou papel fundamental na tomada de decisões quando seu irmão, Jim Jong-il, estava vivo
Foto: BBC News Brasil

Durante seu discurso no sábado, Kim também anunciou que o chanceler Ri Yong-ho, que no mês passado se referiu ao presidente dos EUA, Donald Trump, como "presidente diabólico" em uma reunião da ONU, agora terá um cargo no politburo.

Ri Yong-ho também acusou Trump de declarar guerra à Coreia do Norte e disse que se o presidente continuar com "sua perigosa retórica", os Estados Unidos se tornarão o "alvo inevitável" de um ataque com mísseis.

No seu discurso, Kim disse, em tom desafiador, que seguirá adiante com seu programa nuclear mesmo com as sanções e ameaças internacionais.

Horas após o discurso do líder norte-coreano, o presidente Donald Trump publicou um tuíte dizendo que, após anos de diálogo e conversas, "só há uma coisa que funcionará" para lidar com a Coréia do Norte, mas não deu mais detalhes.

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