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Ásia

Putin responsabiliza EUA por crise de refugiados na Europa

4 set 2015 - 05h18
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, responsabilizou os Estados Unidos e a sua política no Oriente Médio pela avalanche de refugiados que chega atualmente à Europa.

"A Europa segue às cegas essa política (dos EUA) no marco de seus compromissos de aliados e depois arca com todo o peso" das consequências, disse Putin nesta sexta-feira aos jornalistas durante o Fórum Econômico de Vladivostok.

O presidente russo comentou que vê "com perplexidade como alguns meios de comunicação americanos criticam à Europa por uma excessiva, segundo eles, crueldade com os imigrantes", enquanto os próprios EUA não sofrem a avalanche de refugiados de países em guerra no Oriente Médio, na Ásia Central e no norte da África.

"A crise (de refugiados) era de se esperar. Nós na Rússia, e esse humilde servidor, já previmos há vários anos problemas de envergadura se nossos parceiros ocidentais seguissem com sua política externa errônea, sobretudo nas regiões do mundo muçulmano", lembrou Putin.

O chefe do Kremlin reiterou que essa política realizada até hoje pelo Ocidente pretende impor seus valores e padrões nessas regiões sem levar em conta suas peculiaridades históricas, religiosas, nacionais e culturais.

A primeira coisa que é preciso fazer para resolver o problema dos refugiados, segundo Putin, "é lutar juntos contra o terrorismo e os extremismos de todo tipo, principalmente nos países com problemas".

Putin reforçou que a Rússia quer impulsionar a criação de uma coalizão internacional para combater os jihadistas do Estado Islâmico (EI), uma proposta que já fez ao presidente americano, Barack Obama, e também a vários líderes do mundo árabe.

"Apesar de ser impossível hoje em dia que todos os países interessados em lutar contra o terrorismo se organizem no campo de batalha, seria preciso conseguir pelo menos uma coordenação entre eles", advertiu Putin em alusão à recusa do Ocidente, da Arábia Saudita e da oposição síria em lutar junto às tropas do presidente Bashar al Assad.

Enquanto Moscou considera que uma coalizão militar que una o regime de Damasco com sua oposição na luta contra um inimigo comum impulsionará o processo político na Síria, Washington se propôs a estender seus ataques aéreos às tropas de Assad se estas atacarem as milícias apoiadas pelo Ocidente.

A Rússia reiterou em muitas ocasiões suas críticas às potências ocidentais por minar as posições de Damasco, alegando que essa estratégia apenas debilitará a capacidade das autoridades sírias de fazer frente à ameaça do EI.

EFE   
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