Exército da Indonésia obriga mulheres a teste de virgindade
Teste é justificado como sendo prova da “melhor condição física e mental” da mulher
Mulheres que desejam se juntar às Forças Armadas e à polícia da Indonésia – ou mesmo aquelas que planejam se casar com oficiais – são obrigadas a fazer o chamado “teste da virgindade” na Indonésia, segundo denunciou a organização Human Rights Watch (HRW). As informações são da Time.
Um segredo obscuro do estado indonésio que foi revelado pela ONG, a prática tem sido combatida por advogados e defensores dos direitos humanos, já que o teste é considerado algo degradante e humilhante para as recrutas. A imposição da virgindade para o alistamento nas Forças Armadas é justificado como sendo prova da “melhor condição física e mental” da mulher.
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“Eles consideram uma virgem mentalmente mais saudável do que uma que não seja. Assim, costumam dizer, ‘como você pode defender a honra de nossa nação se você não pode defender sua própria honra?'”, explicou o porta-voz do HRW, Andreas Harsono, na Indonésia.
O general Moeldoko defende a prática do teste da virgindade – no qual dois dedos são colocados na vagina da mulher em busca do hímen. “É algo bom, porque criticar? É uma medida de moral. Não tem outra forma”, disse.
A reação de Moeldoko reflete o pensamento da polícia nacional, seguindo um padrão imposto há, pelo menos, cinco décadas. Não se sabe ao certo quando o teste começou a ser aplicado, mas é estimado que é usado antes de 1960.
Além de ser usado para as recrutas, ele também poderá ser requerido às estudantes do ensino médio que planejam entrar para o colegial. Em fevereiro passado, o prefeito da cidade de Jember, leste de Java, sugeriu que as jovens que não fossem virgens não pudessem se graduar. Estima-se que oficiais mulheres sejam apenas 2% ou 3% do total das forças armadas e da polícia, respectivamente. Para os homens, porém, não há um teste homólogo que avalie a moral.
Não existe nenhuma comprovação científica de que o teste prove a virgindade ou não de uma mulher, já que existem casos de erros no "diagnóstico".