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Ásia

Desabamento de edifício fabril mata cerca de 100 em Bangladesh

24 abr 2013 - 20h19
(atualizado às 20h21)
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Um prédio de oito andares onde funcionavam várias lojas e fábricas de roupas desabou na quarta-feira em Bangladesh, matando cerca de 100 pessoas e ferindo mais de 1.000, segundo autoridades.

Um bombeiro disse à Reuters que cerca de 2.000 pessoas estavam no edifício Rana Plaza, em Savar (a 30 quilômetros de Daca, a capital), quando os andares superiores desmoronaram.

Um funcionário de uma sala de controle montada para prestar informações disse que 96 pessoas foram confirmadas como mortas, e mais de mil ficaram feridas. O jornal local The Daily Star disse que os mortos são 106.

Equipes de resgate ainda trabalham freneticamente procurando vítimas. A TV mostrou jovens operárias, algumas aparentemente semiconscientes, sendo retiradas por militares e bombeiros. Médicos de hospitais locais disseram não estar dando conta do número de feridos.

O acidente agrava as preocupações com a falta de segurança nos locais de trabalho em Bangladesh, país que tem atraído muitas indústrias por causa do baixo custo da sua mão de obra. Em novembro, um incêndio numa fábrica têxtil próxima a Daca matou 112 pessoas, e em janeiro outro incidente deixou 17 mortos.

Zohra Begum, que trabalhava no terceiro andar do edifício Rana Plaza, disse ter escutado um "barulho ensurdecedor" na hora do desabamento. "Mas eu não consegui entender o que estava acontecendo. Eu corri e fui atingida por algo na cabeça", relatou.

Mohammad Asaduzzaman, plantonista da delegacia local, disse que os donos de oficinas aparentemente ignoraram um aviso para não permitir a entrada de empregados no prédio após a descoberta de uma rachadura na terça-feira.

Charles Kernaghan, do Instituto para o Trabalho Global e os Direitos Humanos, disse que o dono do prédio "os convenceu a irem trabalhar, e lhes assegurou que não havia perigo".

Annisul Huq, ex-presidente da Associação de Fabricantes e Exportadores de Vestuário de Bangladesh, disse à Reuters que a entidade detectou as rachaduras no edifício na terça-feira, e pediu ao proprietário que tomasse providências.

"O dono não deveria ter usado a fábrica enquanto as rachaduras se desenvolviam, mas ontem foi dia de ‘hartal' (greve), e ele provavelmente não tinha engenheiros para olharem isso", afirmou Huq.

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