Às vésperas do Sínodo, manifestantes protestam no Vaticano
Ato ocorre perto da praça São Pedro e reúne pessoas de todo país
Um dia antes da abertura do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, um grupo de aproximadamente 500 pessoas realiza um protesto contra a cúpula religiosa próximo à praça de São Pedro, no Vaticano, informaram os organizadores do ato neste sábado (5).
A manifestação acontece no Largo Giovanni XXIII e reúne pessoas de toda a Itália rezando um rosário "para a Igreja" e apresentando uma lista de pedidos com 10 pontos. O ato foi organizado em uma página nas redes sociais. Alguns dos presentes ressaltaram os escândalos de pedofilia e financeiro enfrentados pela Igreja Católica, além da "confusão, a partir do instrumento de trabalho do Sínodo, que abrirá uma discussão sobre o celibato dos padres". A proposta que prevê a ordenação de homens casados, preferivelmente indígenas, como padres na Amazônia, que sofre com a escassez de sacerdotes, é um dos principais pontos questionados pela ala conservadora do clero.
Entre os ativistas estão representantes de associações ligadas a movimentos para a vida do país europeu e o jornalista italiano Aldo Maria Valli, dono de um blog crítico ao Papa Francisco.
"Sentimos entre amigos nos perguntamos: o que podemos fazer pela Igreja? A resposta foi: orar", explica a iniciativa. Nem bispos e cardeais participam do evento. As meditações seguidas de uma oração do rosário são extraídas dos escritos do papa Bento XVI e do cardeal Carlo Caffarra, que morreu há dois anos. Os manifestantes rezam para que a Igreja "dê seus santos como exemplo aos fiéis" e não "Martin Luther ou Emma Bonino", afirmam os presentes, ressaltando que os cristãos perseguidos ou católicos chineses estão nos holofotes. Além disso, o grupo também faz um apelo para que "o amor à Criação não seja mais confundido com o ecologismo pagão e panteísta".
Durante três semanas, sacerdotes do mundo inteiro se reunirão no Vaticano para debater novas formas de evangelizar os povos indígenas e de reforçar a presença da Igreja Católica na região Pan-Amazônica. A cúpula religiosa, no entanto, está sob ataque das alas mais conservadoras do clero.