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Após reeleição, Putin diz ao Ocidente que não deseja corrida armamentista

19 mar 2018 - 13h45
(atualizado às 16h38)
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O presidente russo, Vladimir Putin, assumiu um tom mais suave em relação ao Ocidente nesta segunda-feira, após conquistar sua maior vitória eleitoral, dizendo não ter nenhum interesse em uma corrida armamentista e que fará tudo que puder para resolver disputas com outros países.

Presidente russo, Vladimir Putin, se reúne, em Moscou, com candidatos que disputaram a eleição presidencial
19/03/2018
Sputnik/Alexei Nikolsky/Kremlin via REUTERS
Presidente russo, Vladimir Putin, se reúne, em Moscou, com candidatos que disputaram a eleição presidencial 19/03/2018 Sputnik/Alexei Nikolsky/Kremlin via REUTERS
Foto: Reuters

A vitória de Putin, que acontece em um momento em que suas relações com o Ocidente estão em uma trajetória hostil, irão estender seu domínio político sobre a Rússia por seis anos, até 2024. Isso o tornará o governante russo com o maior mandato desde o ditador soviético Josef Stalin, e tem levantado preocupações no Ocidente sobre a continuidade de confrontos.

Mas Putin, de 65 anos, usou uma reunião no Kremlin com os candidatos que derrotou na eleição de domingo, para sinalizar seu desejo de focar em questões internas, não internacionais, e na tentativa de elevar padrões de vida investindo mais em educação, infraestrutura e saúde e reduzindo os gastos com defesa.

"Ninguém planeja acelerar uma corrida armamentista", disse Putin. "Nós faremos tudo para solucionar todas as diferenças com nossos parceiros usando canais políticos e diplomáticos."

Seus comentários, que provavelmente serão recebidos com ceticismo no Ocidente depois de anos de confrontos, marcam uma mudança de tom após uma campanha eleitoral belicosa, na qual Putin revelou novas armas nucleares, com poder, disse, de atingir praticamente qualquer ponto do mundo.

A chanceler alemã, Angela Merkel, desejou sucesso a Putin e pediu mais diálogo - mas atualmente a Rússia está em choque com o Ocidente por causa de Síria e Ucrânia, das alegações de ataques cibernéticos e interferência em eleições estrangeiras e do envenenamento de um ex-espião russo e sua filha no Reino Unido, o que fez as relações chegarem ao seu pior ponto desde a Guerra Fria.

Com quase 100 por cento das urnas apuradas, A Comissão Eleitoral Central anunciou que Putin, que comanda o país como presidente ou primeiro-ministro desde 1999, obteve 76,69 por cento dos votos.

Os mais de 56 milhões de votos deram a Putin sua maior vitória eleitoral e a maior de qualquer líder russo pós-soviético.

Mas a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) disse que restrições a liberdades fundamentais, além do registro de candidatos, diminuíram o espaço para o engajamento político e prejudicaram a concorrência.

Quanto tempo Putin quer permanecer no poder continua sendo uma incógnita. A Constituição limita o presidente a dois mandatos sucessivos, o que o obriga a sair de cena no final deste novo mandato.

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