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Após descartar AstraZeneca, Dinamarca abre mão de vacina da Janssen

Fato de a pandemia estar sob controle contribuiu para a decisão

3 mai 2021 - 14h44
(atualizado às 15h20)
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Após abrir mão da vacina anti-Covid da AstraZeneca, o governo da Dinamarca anunciou nesta segunda-feira (3) que também não vai mais usar a fórmula da Janssen em sua campanha de imunização contra o novo coronavírus.

Vacina da Janssen é a primeira de dose única a ser aprovada para uso emergencial
Vacina da Janssen é a primeira de dose única a ser aprovada para uso emergencial
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Com isso, o país se torna o primeiro Estado-membro da União Europeia a abandonar oficialmente a vacina do laboratório belga pertencente à multinacional americana Johnson & Johnson.

Por meio de um comunicado, a Autoridade Sanitária da Dinamarca diz ter concluído que os "benefícios de usar a vacina contra a Covid-19 da Johnson & Johnson não superam o risco de possíveis efeitos adversos", mas deixa claro que a escolha também se deve ao fato de a pandemia estar controlada no país.

"Uma vez que a epidemia na Dinamarca está sob controle atualmente e que a vacinação está progredindo satisfatoriamente com outras vacinas disponíveis, a Autoridade Sanitária Dinamarquesa decidiu continuar a campanha nacional de imunização sem a vacina da Johnson & Johnson", diz a agência.

Ou seja, daqui em diante o país vai utilizar apenas as fórmulas da Pfizer e da Moderna, as outras duas já autorizadas na União Europeia. "Em meio a uma epidemia, essa foi uma decisão difícil, especialmente porque também tivemos de descontinuar o uso da vacina da AstraZeneca. No entanto, levando em conta a situação atual da Dinamarca, os esforços em prevenir casos graves de Covid-19 não compensam o risco de possíveis efeitos colaterais na forma de coágulos sanguíneos graves", afirma a vice-diretora da agência, Helene Probst.

A Autoridade de Saúde Dinamarquesa reconheceu que a decisão vai desacelerar a campanha de imunização contra o novo coronavírus, especialmente para as faixas entre 20 e 39 anos, que devem sofrer um atraso de até quatro semanas, mas não descarta voltar a usar a fórmula da J&J.

"A decisão de continuar a campanha sem a vacina da Johnson & Johnson não exclui que ela possa ser usada mais tarde. Novas informações podem emergir, ou a situação da Dinamarca pode mudar, por exemplo, em termos de pressão de infecções, controle da pandemia ou disponibilidade de outras vacinas", ressalta a agência.

Tromboses

Casos graves de coagulação sanguínea foram detectados em pessoas recém-vacinadas com o produto da J&J nos Estados Unidos, o que fez o país suspender o uso do imunizante por cerca de 10 dias em abril.

Ao todo, foram relatados 15 eventos de trombose nos EUA até a suspensão - que já foi revogada -, sendo todos eles em mulheres, das quais três morreram. Os dados se referem a uma população de quase 7 milhões de indivíduos vacinados até então, sendo 3,9 milhões de mulheres.

Ou seja, os casos graves de coagulação sanguínea representam 0,0004% da população feminina imunizada com essa vacina nos EUA, enquanto os óbitos são 0,00008%. Para efeito de comparação, a taxa de letalidade da Covid-19 nos Estados Unidos (mortes em relação ao total de infectados) é de 1,8%.

As autoridades sanitárias dos EUA e da UE recomendaram a inclusão de eventos raros e incomuns de coágulos sanguíneos como possíveis efeitos colaterais da vacina, mas não impuseram nenhuma restrição ao seu uso.

Com 5,8 milhões de habitantes, a Dinamarca soma quase 255 mil casos de Covid-19 e cerca de 2,5 mil mortes desde o início da pandemia, mas registrou no último domingo (2) apenas 867 novos contágios e um óbito.

Além disso, 23,3% de sua população já está ao menos parcialmente vacinada contra o novo coronavírus.

Ansa - Brasil   
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