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Após ataque em Nice, Lampedusa pede mudança em gestão de migrantes

Autor de ataque em Nice teria chegado na UE pela ilha italiana

29 out 2020 - 15h20
(atualizado às 15h26)
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O prefeito de Lampedusa, Totò Martello, comentou nesta quinta-feira (29) a notícia de que o autor do atentado em uma igreja de Nice, na França, chegou à Europa através de um barco de migrantes que desembarcou na ilha italiana de Lampedusa.

Migrantes que desembarcaram em Lampedusa em setembro
Migrantes que desembarcaram em Lampedusa em setembro
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Segundo o político italiano, caso seja confirmada a informação, é a certeza de que a gestão dos fluxos migratórios precisa ser compartilhada entre todos os países da União Europeia.

"O ataque de Nice é um ataque à Europa. As notícias da imprensa sobre o caminho percorrido pelo agressor antes de chegar à França confirmam que todo o mecanismo de gestão dos fluxos migratórios necessita de regras partilhadas a nível comunitário e, evidentemente, de verificações mais profundas", disse.

De acordo com fontes de segurança do governo italiano, o jovem de 21 anos teria chegado na Itália no dia 20 de setembro e se registrado no centro de Migrantes de Bari no dia 9 de outubro como Brahim Aoussaoui.

"O agressor teria passado pelo centro de acolhimento de Lampedusa, e é bom reiterar que a administração municipal da ilha não tem qualquer função na gestão do centro", acrescentou Martello.

O prefeito de Lampedusa ainda explicou que as autoridades competentes estão verificando os passos do autor do ataque, que deixou três mortos na Basílica de Notre-Dame de Nice.

"O caso é um assunto que deve levar as instituições italianas e europeias a refletirem profundamente sobre o que aconteceu, e sobre a necessidade de tratar de uma forma diferente de fazer a gestão dos fluxos migratórios", disse ele.

Martello defendeu que não se pode descarregar todo o peso da hospitalidade nos territórios fronteiriços. "Lampedusa não pode ser acusada de nada, seria um erro grave e perigoso contar esta história com simplificações que correm o risco de anular o empenho e os sacrifício da nossa comunidade na frente humanitária".

Apesar disso, todas as autoridades de Agrigento estão trabalhando para reconstruir os passos dados pelo autor do atentado.

Salvini -

O ex-ministro do Interior da Itália e líder da extrema direita Matteo Salvini, conhecido principalmente por sua política anti-imigração, comentou o caso e disse que, se for confirmado que o agressor entrou mesmo na Europa pela ilha de Lampedusa, a atual ministra do Interior, Luciana Lamorgese, deve ser demitida.

Ansa - Brasil   
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