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Após ameaça de eleição, parlamentares britânicos iniciam luta contra Brexit sem acordo

3 set 2019 - 09h12
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Parlamentares britânicos tentarão impedir nesta terça-feira que o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, busque uma separação britânica da União Europeia sem acordo que consideram calamitosa, uma postura que uma fonte de alto escalão do governo disse que levaria o premiê a convocar uma eleição antecipada para 14 de outubro.

Mulher passa por cartazes pró-Brexit do lado de fora do Parlamento britânico
03/09/2019
REUTERS/Hannah McKay
Mulher passa por cartazes pró-Brexit do lado de fora do Parlamento britânico 03/09/2019 REUTERS/Hannah McKay
Foto: Reuters

Mais de três anos depois de o país decidir deixar a UE por meio de um referendo, o desfecho da crise do Brexit continua incerto, e as opções vão de uma saída sem acordo turbulenta à desistência completa da iniciativa.

Na segunda-feira, Johnson alertou os parlamentares implicitamente que buscará uma eleição se estes amarrarem suas mãos, descartando cogitar um novo adiamento do Brexit, agendado para 31 de outubro.

O impasse cria um confronto histórico entre o premiê e o Parlamento em uma nação antes louvada como um pilar de estabilidade econômica e política do Ocidente. A libra esterlina flertou com alguns de seus níveis mais baixos desde 1985.

Uma aliança de parlamentares de oposição e de rebeldes do Partido Conservador, de Johnson, usará o primeiro dia de trabalhos do Parlamento após o recesso de verão para iniciar sua tentativa de impedir um Brexit sem acordo -- e está confiante em uma vitória.

"Acho que teremos os números", disse um dos rebeldes, o ex-ministro das Finanças conservador Philip Hammond. "O primeiro-ministro Johnson sempre pretendeu que não houvesse uma eleição".

No centro do turbilhão do Brexit, não ficou claro se os rebeldes, caso derrotem o governo, também votariam a favor de uma eleição antecipada, o que exigiria o apoio de dois terços dos parlamentares. O líder do opositor Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, vem repetindo que a quer.

Uma opção sendo cogitada pelos trabalhistas é apoiar uma eleição, mas com algum mecanismo que garantiria um adiamento do Brexit, disse o editor de política do The Sun, Tom Newton Dunn.

A libra, que vem sendo abalada pela retórica do Brexit desde o referendo de 2016, chegou a 1,1959. Com exceção do "crash relâmpago" de outubro de 2016, quando a moeda desabou momentaneamente a 1,15, a libra não é negociada nestes níveis com regularidade desde 1985.

A aliança rebelde realizará uma votação nesta terça-feira para decidir se assume o controle da pauta parlamentar no dia seguinte para tentar aprovar uma legislação que obrigaria Johnson a pedir uma prorrogação de três meses na desfiliação da UE.

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