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Mundo

Após 17 meses, primeiro navio de cruzeiro parte de Veneza

Saída foi liberada de forma temporária em meio à nova legislação

5 jun 2021 - 14h08
(atualizado às 14h23)
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Pela primeira vez depois de 17 meses, um navio de cruzeiro voltou a cruzar a Bacia de San Marco e o Canal de Giudecca no centro histórico de Veneza. A passagem do MSC Orchestra neste sábado (5) foi marcada por protestos e vaias, mas também por aplausos de algumas dezenas de pessoas que acompanharam a saída.

O grupo "No Grandi Navi" reuniu centenas de pessoas - 200 conforme a polícia e 400 conforme os organizadores - para fazer um protesto pela passagem do grande navio pela área histórica.

Eles ainda estenderam faixas protestando contra a passagem desse tipo de embarcação pelo local.

Por outro lado, trabalhadores do porto em alguns barcos na Riva degli Schiavoni acionaram as buzinas para celebrar a passagem. O MSC Orchestra pesa pouco mais de 92,4 mil toneladas e pode transportar até três mil passageiros.

A saída do navio de cruzeiro ocorre em um período de transição da legislação que aprovou a proibição de que embarcações com mais de 40 mil toneladas transitem pelo centro histórico de Veneza. Segundo as autoridades locais, como ainda não é possível usar o porto de Marghera, que está passando por obras de adaptação, o trajeto foi autorizado novamente.

No início de abril, um decreto-lei sobre o tema foi firmado pelo Conselho de Ministros, em texto que foi ratificado pela Câmara e pelo Senado. Nele, há um prazo de 60 dias para que a Autoridade do Sistema do Mar Adriático Setentrional lance um "concurso de ideias" para dar uma solução definitiva ao problema, que se arrasta há anos. O prazo venceu em 1º de junho, porém, até agora, nada foi feito.

Segundo o presidente do Porto, Lino De Blasio, há "dificuldades" por conta dos "novos procedimentos" que devem ser adotados para lançar o concurso. Em entrevista à ANSA há dois dias, ele comentou os motivos que levaram ao atraso do cronograma determinado em lei.

"É um procedimento novo e precisamos entender bem os aspectos e, por enquanto, não há a possibilidade material de lançar", disse De Blasio, comentando que uma offshore poderá ser criada para resolver a questão. No entanto, ele não deu prazo.

Esse é o terceiro projeto de lei aprovado para tentar resolver a questão, que forçaria as grandes embarcações a não passarem mais pela área histórica. Em 2013 e 2017, as ações não saíram do papel.

Até mesmo o Comitê do Patrimônio Mundial das Nações Unidas (Unesco) já fez apelos para que a Itália cuide do patrimônio histórico e cultural de Veneza, vetando a passagem dos navios.

Isso porque não são poucos os incidentes registrados em prédios históricos, com colisões dos transatlânticos. .

Ansa - Brasil   
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