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Apesar de 'pausa espiritual', Papa mantém cardeal de Colônia

Segundo mídia, religioso não teria acobertado abusos sexuais

24 set 2021 - 09h44
(atualizado às 09h50)
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O papa Francisco decidiu manter o cardeal Rainer Maria Woelki, arcebispo da Diocese de Colônia, na Alemanha, em meio a um escândalo de abusos sexuais ocorridos no local, informam diversos jornais e sites alemães e vaticanos nesta sexta-feira (24).

Para Vaticano, Woelki cometeu 'erros graves' na comunicação, mas não atuou para acobertar casos de abusos sexuais
Para Vaticano, Woelki cometeu 'erros graves' na comunicação, mas não atuou para acobertar casos de abusos sexuais
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Porém, Woelki tirará um período de "pausa espiritual", que deve durar entre o início do mês de outubro e a quaresma de 2022.

A investigação do Vaticano sobre os crimes cometidos internamente mostrou que o cardeal cometeu "grandes erros" na comunicação sobre os abusos, o que contribuiu para uma "crise de confiança" na Igreja Católica, mas que ele não "agiu contra a lei".

O cardeal de Estocolmo, Anders Arborelius, e o bispo de Roterdã, Johannes van den Hende, que foram enviados pelo Papa para Colônia entre o fim de maio e o início junho, constataram que não houve "nenhuma ilegalidade" por parte de Woelki ao receber as denúncias, que foram apuradas, e que ele não tentou encobrir nenhum religioso ou laico sob suspeita.

Francisco ainda "reconheceu a lealdade" de Woelki à Igreja e determinou que, temporariamente, a arquidiocese será gerida por um administrador. "Emergiu a determinação do arcebispo de enfrentar os crimes dos abusos, de cuidar das vítimas e de promover a prevenção", diz o site "Vatican News".

Após o anúncio, o arcebispo se manifestou, assumindo que "errou na comunicação e assumo a responsabilidade por isso". "Isso me faz mal ao coração porque provocou uma crise de confiança no Episcopado - e me dói muito", acrescentou.

O líder católico ainda rejeitou a demissão dos bispos auxiliares Dominikus Schwaderlapp e Ansgar Putt, pois "foram constatados defeitos de gestão, mas não a intenção de cobrir abusos ou de ignorar as vítimas".

O escândalo em Colônia abalou a confiança dos alemães na instituição católica e jogou dúvidas sobre a Igreja. Woelki foi para o meio do furacão após tentar impedir a divulgação de um relatório de 800 páginas que mostrava crimes sexuais cometidos por religiosos e por laicos ligados à Diocese entre os anos de 1975 e 2018.

A atitude de Woelki provocou uma debandada de fiéis das igrejas de Colônia e nunca ficou clara. Por isso, o papa Francisco ordenou uma investigação independente para apurar o que aconteceu. Com a decisão desta sexta-feira, porém, não foi divulgado quais foram as motivações para os "graves erros" do cardeal.

O dossiê revelou que há, ao menos, 314 vítimas de abusos sexuais em atos que teriam sido cometidos por 202 religiosos e laicos.

Cerca de metade das vítimas eram crianças menores de 14 anos, mas há também pessoas maiores de idades. .

Ansa - Brasil   
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