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Anistia Internacional diz que crise dos rohingyas se deve a sociedade "incentivada a odiar"

22 fev 2018 - 10h32
(atualizado às 10h47)
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A crise em Mianmar e os relatos de massacres de muçulmanos rohingyas são consequência de uma sociedade incentivada a odiar e da falta de liderança global nos direitos humanos, disse a Anistia Internacional nesta quinta-feira.

O grupo de direitos humanos disse em seu relatório anual, que cobre 159 países, que a "retórica cheia de ódio" de líderes está normalizando a discriminação contra minorias.

"Vimos a consequência derradeira de uma sociedade incentivada a odiar, a temer e ver bodes expiatórios em minorias, explicitada na horrível campanha militar de faxina étnica contra o povo rohingya em Mianmar", disse Salil Shetty, secretário-geral da Anistia Internacional.

Na semana passada, os Estados Unidos pediram ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para responsabilizar os militares de Mianmar pelo que classificaram como uma faxina étnica de muçulmanos rohingyas.

Quase 690 mil rohingyas fugiram do Estado de Rakhine e se refugiaram no vizinho Bangladesh desde que os militares de Mianmar lançaram uma operação de repressão a insurgentes no final de agosto, segundo a ONU.

No momento mais de 6.500 rohingyas estão retidos em uma faixa de terra não reclamada situada entre Mianmar e Bangladesh. 

A Anistia Internacional disse que a comunidade internacional foi incapaz de responder com firmeza a "crimes contra a humanidade e crimes de guerra que vão de Mianmar ao Iraque, Sudão do Sul, Síria e Iêmen".

A entidade disse que lideres de nações como EUA, Rússia e China não estão defendendo as liberdades civis, mas "minando insensivelmente os direitos de milhões".

Segundo a Anistia, o presidente norte-americano, Donald Trump, deu passos para trás em relação aos direitos humanos que estão estabelecendo um precedente perigoso. Shetty descreveu seu decreto de janeiro de 2017 para impedir a entrada de pessoas de países de maioria muçulmana nos EUA como "transparentemente odioso".

O relatório do ano passado acusou Trump de utilizar uma retórica "venenosa".

A liberdade de expressão será um tema central para todos que se preocupam com os direitos humanos neste ano, afirmou o relatório.

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