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Anistia Internacional denuncia execuções extrajudiciais na Nicarágua em relatório

19 out 2018 - 10h45
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A organização de direitos humanos Anistia Internacional disse na quinta-feira que documentou ao menos seis "possíveis execuções extrajudiciais" na Nicarágua durante a repressão do governo aos protestos contra o presidente Daniel Ortega.

Tropa de choque tenta bloquear passagem de manifestantes durante protesto em Manágua
14/10/2018 REUTERS/Oswaldo Rivas
Tropa de choque tenta bloquear passagem de manifestantes durante protesto em Manágua 14/10/2018 REUTERS/Oswaldo Rivas
Foto: Reuters

A Nicarágua vive uma crise desde o início das manifestações contra cortes em programas sociais planejados pelo governo Ortega em abril, que mais tarde se tornaram um protesto mais generalizado contra o líder.

A repressão aos manifestantes provocou amplo repúdio internacional. Os apoiadores de Ortega dizem que os protestos foram orquestrados por seus oponentes para tirar o ex-guerrilheiro marxista do poder.

Em um relatório apresentado na quinta-feira em Berlim, a Anistia Internacional disse que dois homens de 22 e 34 anos e um menino de 16 anos foram mortos a tiros pela polícia quando fugiam de uma troca de disparos em 24 de julho.

As outras três possíveis vítimas foram um policial que não agiu e dois jovens que morreram quando alunos da Universidade Nacional Autônoma da Nicarágua se entrincheiraram em uma igreja de Manágua em 13 de julho, disse a Anistia Internacional.

O subprocurador-geral da Nicarágua, Adolfo Jarquín Ortel, minimizou o relatório por vê-lo como um ataque político ao governo.

"A Anistia Internacional não tem autoridade para emitir nenhum relatório" sobre a crise na Nicarágua, disse Jarquín Ortel à Reuters em seu escritório em Manágua.

Jarquín Ortel acrescentou que quando a ativista de direitos humanos nicaraguense Bianca Jagger visitou o país com a Anistia Internacional em maio, emitiu "opiniões políticas" críticas a Ortega.

A Anistia Internacional também documentou 12 casos de tortura e disse que grupos armados pró-governo usaram "armas letais de uso militar". Jarquín Ortel respondeu dizendo que os grupos são regulamentados pela lei nicaraguense e que fornecem apoio em assuntos de segurança.

Grupos de direitos humanos locais dizem que mais de 300 pessoas foram assassinadas nos protestos. O governo Ortega questiona estas cifras e diz que cerca de 200 pessoas morreram.

Ainda na quinta-feira a Comissão Interamericana de Direitos Humanos disse que seus levantamentos mais recentes indicam que 325 pessoas foram mortas durante os protestos, entre elas 21 policiais.

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