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Sarampo: O menino francês não vacinado que reintroduziu a doença na Costa Rica

O país da América Central não registrava casos importados desde 2014.

28 fev 2019 - 14h46
(atualizado às 16h10)
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O intervalo entre a exposição ao vírus e a aparição das erupções na pele varia de 7 a 18 dias, segundo a OMS.
O intervalo entre a exposição ao vírus e a aparição das erupções na pele varia de 7 a 18 dias, segundo a OMS.
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

É uma doença altamente contagiosa e potencialmente letal, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). E a Costa Rica não registrava um caso desde 2014. Até agora.

Um menino francês de cinco anos que viajou para a Costa Rica com seus pais reintroduziu o sarampo no país da América Central, que não registrava um caso autóctone (transmissão local) desde 2006 e nenhum importado desde 2014.

As autoridades de saúde costa-riquenhas estabeleceram um plano de ação para evitar que a doença se espalhe entre a população local.

Medidas de controle

A criança e a sua família foram isoladas por um período de sete dias no hospital Dom Sanabria, em Puntarenas, sob forte esquema de controle: ventilação isolada, pressão negativa, acesso restrito e cuidados médicos sob protocolos de biossegurança.

As autoridades determinaram o fim do período de quarentena na segunda-feira, dada a evolução favorável do quadro da criança e o fim dos sete dias determinados pelos regulamentos nacionais e internacionais para evitar o contágio da população.

Em todo o mundo, o sarampo continua a ser uma das principais causas de morte em crianças pequenas, apesar da existência de uma vacina segura e eficaz
Em todo o mundo, o sarampo continua a ser uma das principais causas de morte em crianças pequenas, apesar da existência de uma vacina segura e eficaz
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Segundo o Ministério da Saúde da Costa Rica, a criança chegou ao país no dia 18 de fevereiro e não possuía vacinas específicas contra o sarampo.

As autoridades também tentaram localizar todas as pessoas que tenham entrado em contato com a família, incluindo os 300 passageiros que viajaram com eles a bordo de um voo da Air France e as pessoas do hotel no qual a família ficou no primeiro dia de estadia.

No total, de acordo com as últimas informações disponíveis, 104 pessoas já foram vacinadas.

O intervalo entre a exposição ao vírus e a aparição das erupções na pele varia de 7 a 18 dias, segundo a OMS.

As autoridades de saúde costa-riquenhas estabeleceram um plano de ação para evitar que a doença se espalhasse entre a população local.
As autoridades de saúde costa-riquenhas estabeleceram um plano de ação para evitar que a doença se espalhasse entre a população local.
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

As autoridades costa-riquenhas também disseram ter acionado o governo francês para localizar e informar todos aqueles que entraram em contato com a criança.

Os pais do garoto relataram à equipe do hospital na Costa Rica que alguns amigos da criança também estava com sarampo.

Contagioso e em expansão

Segundo a OMS, o sarampo é uma doença muito contagiosa e grave causada por um vírus da família dos paramixovírus.

Em 2017, a doença matou 111.000 pessoas em todo o mundo, 30% mais casos que o registrado no ano anterior, segundo dados da OMS.
Em 2017, a doença matou 111.000 pessoas em todo o mundo, 30% mais casos que o registrado no ano anterior, segundo dados da OMS.
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Em todo o mundo, ela continua a ser uma das principais causas de morte em crianças pequenas, apesar da existência de uma vacina segura e eficaz. Em 2017, a doença matou 111.000 pessoas em todo o mundo, 30% mais casos que o registrado no ano anterior, segundo dados da OMS.

A maioria das mortes ocorre em razão de complicações da doença, que pode causar cegueira, encefalite (infecção acompanhada de edema cerebral), diarreia grave (que pode levar à desidratação), infecções de ouvido e outras doenças respiratórias, como a pneumonia.

Nos países onde o sarampo foi virtualmente erradicado, a OMS observa que casos importados de outros países, como ocorreu na Costa Rica, continuam a ser uma fonte relevante e preocupante de infecção.

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