PUBLICIDADE

América Latina

Raúl Castro volta a propor diálogo aos EUA em prol de "relação civilizada"

21 dez 2013 - 19h31
Compartilhar
Exibir comentários

O presidente de Cuba, Raúl Castro, voltou a oferecer neste sábado ao governo dos Estados Unidos a possibilidade de um "diálogo respeitoso" que não comprometa a soberania da ilha e considerou que os dois países podem estabelecer uma "relação civilizada".

"Se nos últimos tempos fomos capazes de sustentar alguns intercâmbios sobre temas de benefício mútuo (...), consideramos que podemos resolver outros assuntos de interesse, estabelecer uma relação civilizada entre ambos os países, como deseja nosso povo e a grande maioria dos cidadãos americanos e a emigração cubana", afirmou Castro.

Em discurso pronunciado hoje na Assembleia Nacional no encerramento de seu último plenário do ano, o governante lembrou que a ilha expressou a Washington "em múltiplas ocasiões" sua disposição de ter um "diálogo respeitoso, em igualdade, e sem comprometer a independência, soberania e autodeterminação" de Cuba.

"Não reivindicamos aos Estados Unidos que mude seu sistema político e social, nem aceitamos negociar o nosso. Se realmente desejamos avançar nas relações bilaterais, teremos que aprender a respeitar mutuamente nossas diferenças e nos acostumar a conviver pacificamente com elas", manifestou.

"Só assim. Caso contrário, estamos dispostos a suportar outros 55 anos na mesma situação", afirmou o presidente em discurso transmitido hoje pela rede de televisão estatal.

Ao referir-se às relações entre Washington e Havana, cuja divergência política dura mais de cinco décadas, Castro não mencionou, no entanto, o cumprimento com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no funeral do líder sul-africano Nelson Mandela.

O inédito e breve aperto de mãos de Castro e Obama em Johanesburgo despertou expectativas sobre as relações bilaterais, apesar de ambos os governos terem relevado sua importância e o considerado uma normal mostra de civilidade.

Sem abordar este assunto, o general Castro se referiu hoje à "emoção" de sua viagem à África do Sul para prestar homenagem a Mandela, cujo exemplo, ressaltou, "continuará mostrando o caminho da libertação nacional e a justiça social às gerações vindouras".

Sobre outros temas de política externa, Castro celebrou o "decisivo resultado conseguido pelas forças revolucionárias sob a direção do presidente Nicolás Maduro" nas últimas eleições municipais da Venezuela, principal aliado político e econômico da ilha.

Nesse sentido, considerou que o resultado eleitoral foi uma "resposta contundente às tentativas desestabilizadoras" dos inimigos do atual governo venezuelano e mostrou a "vontade" dos venezuelanos de "preservar e defender as conquistas alcançadas e o legado" do falecido presidente Hugo Chávez.

Castro ressaltou, além disso, "grandes sucessos" de Cuba em 2013, como sua eleição como membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU, e lembrou a cúpula de presidentes da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) que a ilha sediará no final de janeiro.

Raúl Castro encerrou este sábado a segunda e última sessão plenária ordinária da Assembleia de Cuba (Parlamento unicameral) em 2013, cuja agenda foi focada na análise e aprovação do projeto do orçamento e no plano econômico para 2014, a análise das reformas econômicas e a votação de um novo Código de Trabalho.

EFE   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade