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América Latina

Oposição venezuelana não participará de Constituinte convocada por Maduro

7 mai 2017 - 14h11
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A Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal aliança de oposição da Venezuela, anunciou neste domingo que não participará da Assembleia Nacional Constituinte convocada pelo presidente do país, Nicolás Maduro, medida com a qual se pretende mudar o ordenamento jurídico em vigor desde 1999.

"A unidade democrática e a maioria dos venezuelanos, mais de 80% que quer mudança, não irão a Miraflores", disse em coletiva de imprensa o duas vezes candidato presidencial Henrique Capriles, que, em nome da MUD, convocou os cidadãos a rejeitarem a constituinte.

O governo de Maduro tinha convidado a plataforma de oposição para uma reunião amanhã para debater o processo que o antichavismo classificou como uma "fraude" e uma "loucura".

"Aqui há uma Constituição. Se o governo acredita que pode revogá-la por meio da força, está errado. Essa não é uma constituinte, não poderíamos participar de um processo absolutamente fraudulento", afirmou Capriles.

O líder de oposição afirmou que o chavismo não quer se submeter a uma nova eleição e por isso apresenta a Constituinte. "Não existe na Constituição que o país tenha que aceitar uma Constituição que apenas um grupo decide", criticou.

Capriles afirmou que a atual Carta Magna dá ao presidente apenas a possibilidade de reformar a Constituição. A decisão de iniciar o processo constituinte, segundo o opositor, cabe apenas ao eleitorado, de cerca de 20 milhões de venezuelanos.

O também governador do estado de Miranda anunciou que a MUD organizará um protesto amanhã e marchará em direção ao escritório do chefe da comissão presidencial para a constituinte, o ministro de Educação, Elías Jaua, para entregar um documento que comunica a decisão da oposição ao processo.

"Se Maduro insiste na convocação da constituinte, o povo venezuelano é quem deve tomar essa decisão", indicou Capriles.

Segundo Capriles, a exigência da MUD é a realização de eleições livres e democráticas no país. Além disso, ele alertou a possibilidade de o governo insistir no caminho estabelecido por Maduro para que o país tenha duas Constituições simultâneas.

"Seria ingovernável, a anarquização", concluiu.

EFE   
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