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Peru: presidente foi contratado da Odebrecht como consultor

14 nov 2017 - 18h00
(atualizado às 18h30)
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Pedro Pablo Kuczynski
Pedro Pablo Kuczynski
Foto: Reuters

O ex-presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, disse a procuradores peruanos que sua empresa, acusada de vários escândalos de corrupção, contratou o presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski como consultor na década passada, informaram os jornais locais nesta terça-feira.

O empresário, condenado a 19 anos por corrupção, foi interrogado na quinta-feira por procuradores peruanos em Curitiba, no âmbito de uma investigação no Peru sobre supostos aportes de dinheiro de sua empresa para a campanha da ex-candidata presidencial Keiko Fujimori em 2011.

Segundo o jornal El Comercio, Odebrecht disse que quando o atual presidente foi ministro da Economia durante o governo do ex-presidente Alejandro Toledo (2001-06) era "uma pedra no sapato para os interesses da companhia", por suas objeções à construção da estrada que une Peru e Brasil.

De acordo com a reportagem do jornal, Odebrecht sinalizou que após o fim do mandato de Toledo e "quando Kuczynski já não exercia nenhum cargo público, a empresa contratou seus serviços como consultor. Isso, segundo sua versão, para curar feridas".

O jornal La República informou, citando uma fonte com conhecimento sobre as declarações da Odebrecht, que o executivo disse que Kuczynski assessorou a construtora.

Uma porta-voz do governo disse à Reuters que o presidente Kuczynski "aguardará a versão oficial" do interrogatório a Odebrecht. Uma representante da procuradoria disse que não faria comentários, uma vez que se trata de um tema sigiloso.

Kuczynski, que foi empossado em julho do ano passado, para um mandato de cinco anos, rejeitou no passado qualquer vínculo profissional com a construtora Odebrecht, no âmbito de uma investigação realizada pelo Congresso, controlado pela oposição.

O advogado de Keiko Fujimori, que esteve presente no interrogatório de Odebrecht não quis comentar as reportagens.

"O que devo fazer é respeitar o sigilo até que a procuradoria emita seu pronunciamento ao nosso pedido de levantamento do sigilo", disse o advogado Edward García.

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