Musk se afasta de governo Trump para se dedicar à Tesla, cujo lucro líquido despencou 71%
O chefe da Tesla, Elon Musk, anunciou na terça-feira (22), que pretende se distanciar da administração Trump a partir de maio para se dedicar mais à sua empresa especializada em veículos elétricos, que sofreu no 1° trimestre devido a essa colaboração estreita com o magnata norte-americano. O homem mais rico do mundo era responsável até então por uma instância criada para ele, a comissão para a eficiência governamental (Doge), encarregada de cortar drasticamente os gastos do governo federal.
O chefe da Tesla, Elon Musk, anunciou na terça-feira (22), que pretende se distanciar da administração Trump a partir de maio para se dedicar mais à sua empresa especializada em veículos elétricos, que sofreu no 1° trimestre devido a essa colaboração estreita com o magnata norte-americano. O homem mais rico do mundo era responsável até então por uma instância criada para ele, a comissão para a eficiência governamental (Doge), encarregada de cortar drasticamente os gastos do governo federal.
Elon Musk planeja reduzir sua proximidade com o governo Trump para se concentrar na Tesla, que está passando por um momento complicado. A fabricante de carros elétricos divulgou resultados financeiros decepcionantes no primeiro trimestre de 2025, com uma queda de 9% na receita, que ficou em US$ 19,33 bilhões, e um lucro líquido que despencou 71%, para apenas US$ 409 milhões. Esses números ficaram muito abaixo das expectativas dos analistas.
"Provavelmente a partir do mês que vem, em maio, o tempo que vou dedicar à Doge vai diminuir de forma bastante significativa", afirmou Elon Musk durante uma teleconferência com analistas, referindo-se à Comissão para a Eficiência Governamental (Doge). O bilionário, que também é dono da rede social X e da empresa aeroespacial SpaceX, lidera essa comissão criada pelo presidente dos Estados Unidos para reduzir drasticamente os gastos federais.
Hostilidade "injusta"
O "trabalho essencial" da comissão "já está em grande parte concluído", explicou Elon Musk, mencionando as "consequências" para a Tesla por causa de sua participação. Casos de vandalismo, campanhas de boicote e protestos têm atingido a empresa nos Estados Unidos e em outros países, especialmente na Europa.
De acordo com o diretor financeiro da Tesla, Vaibhav Taneja, "o impacto negativo do vandalismo e da hostilidade injusta contra nossa marca e nossos funcionários afetou alguns mercados".
Robotáxi para tentar recuperar o crescimento
As vendas globais da Tesla caíram 13% no primeiro trimestre, com apenas 336.681 veículos entregues, marcando a primeira queda nas entregas em mais de dez anos para a empresa.
A situação é atribuída em grande parte à colaboração estreita de Musk com a administração Trump, da qual ele foi conselheiro, o que gerou críticas, apelos ao boicote, vandalismo e protestos contra a Tesla em vários países.
A imagem de Musk e sua associação política com Trump têm afastado potenciais compradores, inclusive no bloco europeu, onde pedidos de boicote foram registrados. Apesar do cenário difícil, Musk não descartou totalmente manter um papel ativo até o fim do segundo mandato de Trump, embora tenha indicado a intenção de focar mais na Tesla.
A empresa aposta em lançar modelos mais acessíveis e um robotáxi para tentar recuperar o crescimento e melhorar suas margens ainda em 2025. Assim, a decisão de Musk de se afastar do governo Trump visa priorizar a recuperação da Tesla diante de um mercado cada vez mais competitivo e de uma imagem abalada por controvérsias políticas e resultados financeiros negativos.
(RFI com AFP)