O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, tem certeza que ganhará as eleições que devem ser realizadas em breve para decidir quem será o líder do país até 2019 e disse que viajará para China assim que for eleito. "Muito em breve, depois que sejam realizadas as eleições em nosso país, iremos para a China, com quem nos relacionamos há mais de 100 anos", disse Maduro em reunião com uma delegação do país asiático que assistiu ao funeral de Hugo Chávez.
O presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, Zhan Ping, liderou a delegação chinesa e recebeu a confirmação de Maduro de que o ministro do Petróleo, Rafael Ramírez, visitará o país asiático nas próximas semanas.
Maduro assumiu ontem como presidente interino e, segundo a Constituição, deve comandar o país até as eleições que devem ser convocadas no prazo de 30 dias. Ele será o candidato da situação no pleito, segundo decidiu o próprio Chávez em 8 de dezembro, após admitir a possibilidade de sua morte.
A delegação chinesa entregou, além disso, uma carta do presidente Hu Jintao, expressando suas condolências ao povo venezuelano pela morte de Chávez, falecido aos 58 anos após uma luta de mais de 20 meses contra o câncer. "Seu trágico falecimento não foi somente doloroso para o povo venezuelano, mas também causou uma profunda dor no povo chinês", diz a carta, lida depois da reunião pelo ministro de Comunicação, Ernesto Villegas.A chinesa foi uma das mais de 50 delegações de países que assistiram ao funeral de Chávez, que contou também com 30 chefes de Estado e de governo. A China é o segundo parceiro comercial da Venezuela com uma troca anual que supera os US$ 12 bilhões, em grande parte pelos cerca de 500 mil barris de petróleo que diariamente o país sul-americano envia à nação asiática.
Milhões de venezuelanos foram às ruas de Caracas na quarta-feira durante o cortejo fúnebre do presidente Hugo Chávez. Outras milhares de pessoas acompanham - aguardando em filas longuíssimas - o seu velório, que deve se estender até o final da próxima semana. Ao longo da história, poucos foram os líderes políticos mundiais que conseguiram atrair grandes multidões para se despedirem deles, veja a seguir alguns deles
Foto: AFP
Estima-se que cerca de três milhões de pessoas acompanharam o funeral do aiatolá Khomeini, em Teerã, em 1989. O religioso liderou o Irã após a revolução de 1979
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Acredita-se que entre 2 e 4 milhões de pessoas acompanharam o funeral do papa João Paulo II no Vaticano e em Roma no dia 8 de abril de 2005
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Apesar de não ser possível estimar quantas pessoas compareceram ao funeral do líder norte-coreano Kim Jong-il em 28 de dezembro de 2011, em Pyongyang, imagens de veículos oficiais do país mostravam centenas de milhares de pessoas, talvez milhões, acompanhado os serviços fúnebres
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Estima-se que cerca de 1,5 milhão de pessoas acompanharam o cortejo fúnebre do ex-primeiro-ministro turco Necmettin Erbakan em Istambul no dia 1º de março de 2011. Erbakan, o primeiro islamita a ser premiê turco, ocupou o cargo por apenas um ano, entre 1996 e 1997, quando pressionado por militares a deixar o cargo e posteriormente foi proibido de disputar cargos políticos. No entanto, apesar da brevidade de seu regime, ele é considerado o mentor de lideranças com raízes islâmicas no país
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Uma das maiores concentrações de pessoas em um funeral na história aconteceu durante as cerimônia fúnebres para o presidente egípcio Gamel Abdel Nasser, no Cairo, em 28 de setembro de 1970. Acredita-se que cerca de 5 milhões de pessoas se mobilizaram para se despedir do líder, o mais carismático da história moderna do Egito
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Considerada a "mãe dos pobres" argentinos, Eva Perón atraiu multidões para o seu funeral em Buenos Aires em agosto de 1952. O corpo de Evita, como era conhecida a segunda mulher do presidente Juan Perón, foi embalsamado e passou três exposto à visitação pública
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Um mar de indianos acompanhou o funeral do líder do partido nacionalista hindu Shiv Sena, Bal Thackeray, em 18 de novembro de 2012, em Mumbai. Apesar de polêmico e ter sido acusado de promover violência étnica e religioso, Bal Thackeray era extremamente popular. Seu funeral atraiu cerca de 2 milhões de pessoas
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A maior aglomeração para um funeral de um presidente americano recente aconteceu para a despedida de John F. Kennedy, em novembro de 1963. Estima-se que pelo menos 300 mil pessoas acompanharam o cortejo fúnebre e 250 mil entraram em fila para o ver o corpo. Em comum a Chavez, acredita-se que pessoas chegaram a esperar mais de 10h para se despedir de Kennedy, que foi morto quando ocupava a Casa Branca
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Uma das maiores reuniões da história do Reino Unido ocorreu em razão do funeral do primeiro-ministro Winston Churchill em Londres, em 30 de janeiro de 1965. Churchill foi o líder do país durante a Segunda Guerra Mundial e depois nos anos 50
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Acredita-se que cerca de 1 milhão de pessoas acompanharam o funeral do líder chinês Mao Tsé-Tung na Praça da Paz Celestial, em Pequim, em setembro de 1976
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Multidão de pessoas se reúne nos arredores da Catedral de Notre Dame, em Paris, para o velório do presidente francês Charles de Gaulle, em 12 de novembro de 1970. Centenas de milhares de pessoas acompanharam os serviços fúnebres do líder que comandou a França durante e após a Segunda Guerra Mundial. A maior mobilização do tipo para um líder político da história do país
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Centenas de milhares de argentinos se reuniram em frente à Casa Rosada, palácio presidencial em Buenos, para se despedir de Nestor Kirchner em 28 de outubro de 2010. O corpo foi exposto para visitação por mais de 24 horas