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Estados Unidos

Chávez deixa imagem de "pai dos pobres" até nos EUA

8 mar 2013 - 10h10
(atualizado às 10h51)
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<p>Chávez morreu na última terça-feira, após uma batalha de dois anos contra um câncer</p>
Chávez morreu na última terça-feira, após uma batalha de dois anos contra um câncer
Foto: Jorge Silva / Reuters

Poucas coisas foram convencionais na vida do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, assim como a imagem que ele deixa para alguns cidadãos dos Estados Unidos, onde também era reconhecido pelo incetivo aos programas de ajuda aos mais pobres através de doações de óleo diesel.

Neste caso, Chávez contava com a colaboração de Joe Patrick Kennedy II, filho do carismático Robert F. Kennedy e principal articulador da organização Citizens Energy Corporation (CEC), que desenvolvia um programa de doação de óleo diesel para ser usado na calefação de centenas de famílias e abrigos em todo o país.

Desde 2005, através da companhia petrolífera Citgo e de Joe Kennedy - que fundou a CEC em 1979 para fornecer calefação barata às famílias da gélida região da Nova Inglaterra -, cerca de 2 milhões de americanos, em mais de 25 estados, receberam 860 milhões de litros de óleo diesel por um valor de US$ 465 milhões.

Em declarações à agência EFE, Kennedy assegurou que Chávez "se preocupou profundamente com a falta das necessidades básicas entre os menos favorecidos na Venezuela e em outros países no mundo. Era como um pai dos pobres".

"Graças à liderança do presidente Chávez, cerca de 2 milhões de pessoas nos EUA receberam assistência gratuita de calefação. Nossas rezas se somam a do povo venezuelano, a de sua família e a de todos os que receberam o calor de sua generosidade", afirmou Kennedy.

A Citgo, que é 100% da estatal venezuelana PDVSA desde 1990, articula esse auxilio através de seus vários programas de ajudas sociais, que, inclusive, não deixam nem os EUA de fora.

Multidão presta homenagens para Chávez em cortejo fúnebre:

Fernando Garay, porta-voz da Citgo, indicou à agência EFE que Chávez "deixa um grande legado de ajuda aos menos privilegiados e de promoção da justiça social, valores que ultrapassam fronteiras".

Muitos criticam que a generosidade de Chávez sempre esteve motivada por suas tentativas propagandistas nos EUA - um país com o qual suas relações morreram de frio - e que sua gestão econômica na Venezuela foi nefasta para um país tão rico em recursos naturais.

No entanto, aqueles que receberam ajuda vinda de Caracas nos Estados Unidos só têm palavras de agradecimento a Chávez, que chegou a atender 200 mil famílias americanas somente em 2012, ano em que Washington reduziu seus programas de ajuda de calefação em 25%.

Em Washington, a ativista religiosa Kathy Boylan - do centro Dorothy Day Catholic Worker House, que presta assistência a centenas de necessitados na capital americana -, se mostra "eternamente agradecida ao presidente Chávez".

"É uma honra ter recebido sua ajuda. Agradecemos a Deus por sua vida e também lhe pedimos desculpas em nome de nosso país", afirmou à Agência Efe Kathy, que lembrou ter recebido milhares de dólares em óleo de calefação entre 2006 e 2011, ano em que a velha caldeira foi substituída por uma a base de gás.

"É muito fácil dizer que o único motivo é sua propaganda populista, mas então por que outras petrolíferas não fazem questão de ter essa boa imagem?", indagou Kathy, que durante anos foi uma combativa ativista contra os abusos do "imperialismo" americano.

Kathy explicou que decidiu pedir ajuda à Venezuela quando viu que Chávez era tido como herói no nova-iorquino bairro do Bronx, onde o falecido líder é recordado pelo financiamento de programas sociais e por ceder combustível barato no inverno.

Após a morte de Chávez, o congressista democrata José E. Serrano, que organizava essa distribuição no Bronx, afirmou em comunicado que o líder venezuelano foi um "verdadeiro revolucionário latino-americano" e se mostrou "orgulhoso" de poder dizer que seu bairro se beneficiou dos programas venezuelanos com "milhões investidos em nossa comunidade".

"Apesar de o presidente Chávez ser acusado de muitas coisas, é importante lembrar que ele foi eleito democraticamente", assinalou Serrano em referência ao líder bolivariano, que, por sua vez, era muito criticado pela imprensa conservadores e por políticos republicanos nos Estados Unidos.

De acordo com Serrano, "seu legado em seu país e em todo o hemisfério ficará para sempre aos olhos do povo, na luta por uma vida melhor para os pobres e oprimidos".

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EFE   
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