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Líderes da Celac se reúnem em Honduras para discutir meios de diminuir a dependência dos EUA

Diante dos esforços dos Estados Unidos de minar as instituições multilaterais, o Brasil quer que os 33 países da América Latina e Caribe (Celac) apresentem uma candidatura única — de preferência o nome de uma mulher— para o posto de secretário-geral da ONU, que estará vago a partir de 2026. Esta é uma das propostas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva levará aos chefes de Estado e de governo do grupo nesta quarta-feira durante a IX Cúpula Celac em Tegucigalpa, capital de Honduras. A ideia é criar desde já a articulação integrada dos países da região para garantir que a esperada rotatividade para o cargo seja cumprida.

9 abr 2025 - 07h36
(atualizado às 15h28)
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Diante dos esforços dos Estados Unidos de minar as instituições multilaterais, o Brasil quer que os 33 países da América Latina e Caribe (Celac) apresentem uma candidatura única — de preferência o nome de uma mulher— para o posto de secretário-geral da ONU, que estará vago a partir de 2026. Esta é uma das propostas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva levará aos chefes de Estado e de governo do grupo nesta quarta-feira durante a IX Cúpula Celac em Tegucigalpa, capital de Honduras. A ideia é criar desde já a articulação integrada dos países da região para garantir que a esperada rotatividade para o cargo seja cumprida.

O Ministro das Relações Exteriores de Honduras, Eduardo Enrique Reina (C), preside a Reunião Ministerial da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), no Banco Central de Honduras (BCH) em Tegucigalpa, em 8 de abril de 2025, na véspera da IX Cúpula da CELAC.
O Ministro das Relações Exteriores de Honduras, Eduardo Enrique Reina (C), preside a Reunião Ministerial da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), no Banco Central de Honduras (BCH) em Tegucigalpa, em 8 de abril de 2025, na véspera da IX Cúpula da CELAC.
Foto: AFP - ORLANDO SIERRA / RFI

Vivian Oswald, correspondente da RFI em Brasília

A ida de Lula a Honduras é a confirmação de um ciclo que o governo está chamando de revitalização da Celac, que é o grupo de 33 países em desenvolvimento da região, de olho em mais integração regional.

Este tem sido um movimento quase natural desde a posse do presidente Donald Trump em 20 de janeiro deste ano. A preocupação com o que está por vir tem servido de impulso aos mecanismos de integração. Os próprios países da região também têm se interessado em buscar mais parceiros confiáveis. Muitos deles têm forte dependência da economia americana.

O tarifaço de Donald Trump, que atingiu a todos, deve ser incluído em discursos de líderes, mas estará dificilmente refletido na declaração final ada cúpula, dada a posição diferenciada dos países para tratar do tema.

De acordo com a Secretária de América Latina e Caribe, embaixadora Gisela Padovan, os 33 países que compõem a Celac têm 22 milhões de quilômetros quadrados, ou cinco vezes o tamanho da União Europeia (UE), e 670 milhões de pessoas, ou duas vezes a população dos Estados Unidos. Tudo isso com 35% dos recursos hídricos continentais e a capacidade de alimentar três vezes a sua população. Ou seja, é um imenso mercado com enorme potencial.

Articulação para reforçar a presença da região na ONU

Uma das prioridades do presidente Lula será a de tentar convencer a todos de lançar uma candidatura única para o próximo secretário-geral da ONU.

A ideia, que será submetida aos líderes por meio de uma declaração em separado, é lançar um único nome — de preferência de uma mulher — para aumentar as chances de emplacar um substituto para o português António Guterres, que fica no cargo até dezembro do próximo ano. A ONU nunca teve uma secretária-geral.

Existe uma espécie regra tácita de rotatividade entre os continentes para quem vai ocupar o posto, que o Brasil espera que seja cumprida. E, ao apresentar uma candidatura única, fica mais fácil de se controlar esse processo e garantir que a vaga é da América Latina.

Isso é fundamental para a região em um momento em que Trump tenta minar as instituições multilaterais globais, quando há questões de precisam ser discutidas já como o combate à mudança do clima, desigualdades sociais e a própria reforma da governança destes organismos. Aliás, todos estes temas serão discutidos com foco na integração regional.

O Brasil não tem necessariamente nomes de sua preferência. Este é um assunto que será discutido entre os países da Celac se a proposta for aceita. Mas há nomes fortes como o da poderosa primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, o da ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, e o da ex-vice-presidente da Costa Rica, Rebeca Grynspan, que disse recentemente que "esta é a vez da América Latina".

Temas caros ao Brasil, como segurança alimentar e o fundo de adaptação às mudanças climáticas, também estão na lista de prioridade da cúpula, assim como a integração do bloco com países de fora da região — como China e União Europeia. São os chamados diálogos extra-regionais.

Aliás, este ano, está prevista para maio a nova edição do Fórum Celac-China, que completa 10 anos este ano, e acontecerá em Pequim. O presidente Lula foi convidado a participar e deve aproveitar a viagem para nova visita de Estado à China.

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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