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América Latina

Ex-presidente do Peru é proibido de sair do país por 18 meses

Justiça determina que Pedro Pablo Kuczynski permaneça no Peru enquanto é investigado no escândalo protagonizado pela Odebrecht

24 mar 2018 - 16h59
(atualizado em 28/3/2018 às 15h53)
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Um dia após ter sua renúncia aceita pelo Congresso peruano, o ex-presidente do Peru Pedro Pablo Kuczynski foi proibido pela Justiça neste sábado (24/03) de deixar o país por 18 meses, enquanto é alvo de uma investigação referente ao escândalo de corrupção protagonizado pela empreiteira brasileira Odebrecht.

O juiz Juan Carlos Sánchez tomou a decisão com base na investigação preliminar contra o ex-presidente, acusado de lavagem de dinheiro. O magistrado destacou que a medida se justificava porque se trata de um crime com previsão de pena de até oito anos de reclusão.

O advogado de Kuczynski, César Nakazaki, disse na audiência que o ex-presidente aceitaria o pedido do promotor Hamilton Castro enquanto durarem as investigações preliminares do Ministério Público sobre o caso. Mas acrescentou que seu cliente terá que se ausentar do país, por motivos familiares, em algum momento.

Segundo o promotor, transferências de dinheiro de empresas ligadas à Odebrecht a contas de Kuczynski ou de companhias associadas a ele na época em que o ex-presidente era ministro do governo de Alejandro Toledo são os alvos da investigação. O ex-presidente é investigado ainda por financiamento ilegal nas campanhas de 2011 e 2016.

"É preciso descobrir a origem dos pagamentos e determinar se houve atos de corrupção e favorecimento de empresas pelo Estado", destacou Castro.

Pedro Pablo Kuczynski teria recebido pagamentos ilegais da Odebrecht
Pedro Pablo Kuczynski teria recebido pagamentos ilegais da Odebrecht
Foto: DW / Deutsche Welle

Kuczynski é acusado de ter recebido repasses no valor de 782 mil dólares da Odebrecht, no período em que ele ocupou os cargos de ministro da Economia e, posteriormente, de primeiro-ministro do país.

Ele insiste que o dinheiro se trata de pagamentos legítimos por serviços de consultoria e nega ter recebido propina ou cometido qualquer ato ilícito. A Odebrecht, por outro lado, admitiu ter desembolsado, desde 2001, subornos de mais de 785 milhões de dólares em 12 países - dez deles latino-americanos - para assegurar contratos de obras públicas.

Só no Peru, a construtora, que é a maior da América Latina, pagou propinas no valor de 29 milhões de dólares a funcionários do governo entre os anos de 2005 e 2014.

Kuczynski renunciou ao cargo na quarta-feira após a divulgação de vídeos nos quais seus aliados tentam comprar votos de opositores no Congresso para evitar a sua destituição.

CN/efe/lusa/ap

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