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América Latina

Ex-presidente boliviano destaca palavras do papa sobre disputa com o Chile

26 jul 2015 - 20h14
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O ex-presidente boliviano Carlos Mesa (2003-2005) destacou que as declarações do papa Francisco sobre a reivindicação marítima da Bolívia ao Chile ajudam a romper a ideia de que essa demanda destruiria o sistema internacional de fronteiras, segundo uma entrevista publicada neste domingo pelo jornal "El Deber".

"Para nós é importante a declaração do papa para romper perante a comunidade internacional a ideia de que nosso país está tentando destruir o sistema internacional de fronteiras com sua reivindicação", disse o também porta-voz da causa marítima boliviana.

O papa Francisco afirmou há duas semanas que "não é injusto" que a Bolívia reivindique uma saída ao mar e que uma mediação papal seria um "último passo", durante sua viagem de retorno ao Vaticano, após concluir uma visita ao Equador, Bolívia e Paraguai.

Segundo Mesa, as palavras do papa também rompem com a ideia de que "não há nenhum tema pendente" entre Bolívia e Chile e mostram que os bolivianos pedem "algo justo".

Durante sua recente visita à Bolívia, Francisco também pediu um diálogo "franco e aberto" para "evitar conflitos com os países irmãos", e citou a reivindicação boliviana de saída ao mar.

De acordo com Mesa, as palavras do papa se emolduram "dentro dos parâmetros que a Bolívia coloca perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ)" de Haia, onde pede um diálogo e que seja "feito em condições equitativas e razoáveis" e em "marcos que possam ser cumpridos".

"Quase que o papa parafraseou alguns elementos centrais da filosofia e do que especificamente pede a Bolívia sobre o mar", disse o ex-mandatário boliviano na entrevista.

A Bolívia apresentou em 2013 um requerimento perante a CIJ para pedir uma decisão que obrigue o Chile a negociar de boa fé definitivamente a centenária reivindicação boliviana de uma restituição do acesso ao Pacífico que foi perdida em uma guerra no século XIX.

Nessa disputa contra o Chile, a Bolívia perdeu 400 quilômetros de costa e 120 mil quilômetros quadrados de território.

O governo chileno questionou a competência da CIJ e rejeita a reivindicação boliviana com o argumento de que os limites ficaram selados em um tratado assinado em 1904.

Em outras declarações, Mesa também indicou que como porta-voz da reivindicação marítima explicou os argumentos históricos, jurídicos, e diplomatas da mesma a 76 personalidades do mundo.

O ex-mandatário se reuniu com presidentes, vice-presidentes, ministros das Relações Exteriores, parlamentares e embaixadores de várias nações e sua próxima viagem será a Washington e Nova York, e posteriormente à China, Índia, Japão e Rússia, segundo disse.

EFE   
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